Tuesday, July 17, 2007

Os abutres de Jaguarana


Carnificina é o termo para o sacrifício da pequena Isabel, contando 11 anos de vida, no açude de Jaguarana. Só porque a menina viu a tia transando com um playboy, mereceu tão triste sina. A megera Damiana, há três anos, chafurdava com o rapazola Orlando Gomes da Silva, de 18 anos, plantando chifre no marido. Galheira até o solado das patas, não queria que ninguém fuxicasse. Talvez, tenha tentado dissuadir a pequena Isabel de contar a história para o tio. Mas, para afastar a possibilidade da criança bater com a língua nos dentes, resolveu pagar para darem fim à inocente. Apesar de revelar que não sabia que era traído, o enganado afirmou categoricamente que achava sua mulher capaz de praticar semelhante atrocidade. Depois do arrocho, o criminoso de 16 anos abriu o jogo e contou que Damiana lhe prometera 500 reais pela execução da menina, adiantando-lhe 250 pelo compromisso. E saber que esse menor só passará 3 anos submetido a medida sócio-educativa, é muita regalia para esse verdadeiro brinquedinho do cão. O menino estuprou a criança e ainda a afogou no açude. Não teve um ceitil de remorso, medo dos castigos do céu, ou de morrer no cacete, linchado pela turba ensandecida de ódio. Indignado, o delegado Paulo Jean conta que, já desmaiada e sangrando, a menor fora afogada, com a assistência macabra da mentora do crime e do seu namorado assassino. Como se não bastasse, ainda lavaram o corpo da vítima para eliminar vestígios e impressões digitais. Os Herodes de Jaguarana são Damiana, Orlando e um menor de 16 anos. Tripudiaram sobre a indefesa Isabel, como se estivessem brincando de matar. Em determinados estados, nos Estados Unidos, iam ser submetidos a uma injeção letal. Aqui, correm o risco de sofrerem pena capital na prisão. Por incrível que pareça, há código de ética entre presos. Ranger de dentes e punhos a postos já ensaiam a execução das rapinas de Jaguarana. Damiana não queria ser contrariada em suas relações sexuais com Orlando. Agora, nem o namorado, nem o enganado, nem a liberdade. E, para incrementar o ritual de desgraça no qual se enredou, o risco de morte que correrá pelos corredores da prisão. Quanta miséria testemunhada pelo espelho das águas. Quanta dor, quanta revolta pelo trucidamento de tão indefesa menina, sob as garras assassinas dos abutres de Jaguarana.
Sosígenes Bittencourt

1 comment:

Anonymous said...

Peço a DEUS que as galheiras de VITÓRIA não pensem em imitar a miserável.