Diz que quem gosta de conversa é pai de moça, e quem engole corda é cacimbão. Mas, no patropi, prometer é como pedir, não paga nem gera obrigação. Corre uma filosofia de que mulher, a gente canta todas porque uma cai. É a mesma teoria do aventureiro, cuja importância não são os meios, mas no fim. Tudo isso faz parte do safadinho jeitinho nacional. Já vi uma alminha dizer que nascer pobre é destino, morrer pobre é displicência. Para político brasileiro, promessa nunca foi dívida. Senão, o país seria um paraíso. Também, ninguém é obrigado a cumprir promessa, praticar teoria.
Mas, por que prometem? Porque querem investir na ilusão do eleitor, para galvanizar simpatia e colher votos. A frase de James Buchanan é lapidar: "Política é a arte de retirar dinheiro dos ricos para comprar votos dos pobres sob a promessa de defender uns dos outros." Contudo, um dia a casa cai. Os eleitores mudam de explorador e o derrotam. Na realidade, o eleitor não tem outra saída. Com o pires na mão, estendido à caridade, querem ouvir o tilintar do donativo. Deixam-se iludir e, depois, iludem. Comem e entroncham a cara, sorriem pela frente e dão muxoxo por detrás. A desvantagem é que empobrecem, enquanto enricam seus maquiavélicos usurpadores. É como dar viva à chibata.
Ilusório abraço!
Ilusório abraço!
Sosígenes Bittencourt
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