Sunday, October 30, 2011
Cauby aos 80 anos
Friday, October 28, 2011
FRAGMENTOS
*Vejo poesia em tudo. Por isso, ando pela calçada.
*Somos excelência em ciência e tecnologia, mas pobres em sabedoria.
*Há amores acidentais e amizades essenciais.
*Ando à procura de um "talvez", e talvez você seja o meu "onde".
*Não há maior distração do que ser humano.
*Ninguém pensa nem age para ter paixão, mas pensa e age porque tem paixão.
*Vivo estudando. Quando não tenho o que fazer, estudo.
*Leio desde quando não sabia ler e escrevo desde quando não sabia escrever.
*Todo homem crê no limite de sua fé e descrê no limite de sua descrença.
*Forte não é quem bate, mas quem defende.
Rico não é quem tem, mas quem ajuda.
Inteligente não é quem humilha, mas quem ensina.
Sosígenes Bittencourt
Lixo ianque, luxo brasileiro
Sanitário abraço!
Sosígenes Bittencourt
Tuesday, October 25, 2011
Lenga-lenga no Orkut sobre uso de drogas
Ébrio abraço!
Sosígenes Bittencourt
Monday, October 24, 2011
Entre pipocas
Fala, Vitória
Brasil 1, Costa Rica 3
Saturday, October 22, 2011
Olho por olho
Irracional abraço!
Friday, October 21, 2011
Morte de Palmeira Filho
Um dia, eu o encontrei já meio combalido, cansado dos problemas do dia a dia, empunhando um copo de bebida e um cotoco de cigarro entre os dedos. Transpirava e tinha as mãos frias. Como vislumbrei sérias complicações de saúde e desânimo existencial, aconselhei procurar uma igreja. Estava na hora de parar de afogar problemas, tentar resolver tudo sozinho ou confiando nos homens. Suas questões transcendiam o lado visível, precisava de auxílio maior, socorro de outra esfera, arrimo da fé. E porque ouvisse meu conselho, viveu ainda por mais de uma década.
Imagino Palmeira no mundo invisível, como descreveu em poema, Manuel Bandeira, Irene Preta sempre de bom humor.
- Palmeira!... Palmeira!...
E Palmeira, se virando: - Ôi, Sosígenes, agora eu estou nas graças de Deus. Penso que está na hora de você procurar uma igreja.
Ali, ele me olha, baixa a cabeça e sai andando. O seu gingado ainda é o mesmo, seu tom de voz.
Imagino a célebre inscrição tumular: “Eu fui como tu és, e tu serás como eu sou. Pensa nisto, e vai com Deus.”
E numa despedida tipo da terra, em lugar desconhecido: - Até mais, Palmeira, a gente se vê.
Sosígenes Bittencourt
Tuesday, October 18, 2011
O cientista Elsimar Coutinho
Polêmico abraço!
Monday, October 17, 2011
Educação verdadeira
Educação verdadeira faz enxergar limites. Você torna-se mais consciente de sua ignorância, socraticamente sabendo que nada sabe. Porque o saber leva você a um contato maior com o que ignora, é como se fosse uma bola que se inflasse perante a ignorância. Quanto maior, mais amplo o contato com o desconhecido. Por isso, pessoas que sabem menos são mais arrogantes, enquanto o sábio, quanto mais sábio, mais propenso à humildade. Humildade, não no sentido de timidez, mas no sentido de reconhecimento de limites.
Sábio abraço!
Sosígenes Bittencourt
Saturday, October 15, 2011
Para o Dia do Comerciário
Tuesday, October 11, 2011
Comendo paima
Mas, pegando carona na moda, esse é um tempo propício para otário cair em cantada de político sabido, raposa velha em influenciar candidatura. O poderoso passa a mão na cabecinha do inocente, alisa o narcisismo do embevecido, e diz: “Você, hoje, tem voto pra ser vereador na cidade”. Aí, o influenciado vai dormir sadio e acorda candidato a vereador. Filia-se a partido que nem sabe traduzir a sigla. Depois de filiado, até a maneira de andar muda de cadência. Afaga menino, diz que o vizinho está jovem, a vida vai melhorar, o mundo não vai se acabar e que bom mesmo só Jesus. Toma pinga no balcão da venda, mete o pau na inflação, ri para os inimigos de estimação, vai às igrejas, ao estádio de futebol, vela defunto e chora em sepultamento. Sempre pensando que toda pessoa que conhece é um eleitor em potencial. Confunde popularidade com eleitorado. Ora... se o cara vende mangalho e ninguém lhe deve um pimentão, quem fez favor a quem? Ninguém. Depois, tem detalhe. Aquele que tem um dinheirinho, porque trabalhou e amealhou, não tem, necessariamente, gabarito para administrar uma cidade. “Ah! fulano é um homem próspero, enricou do nada. É um homem honesto e trabalhador, daria um bom prefeito.” Conversa mole pra boi dormir. Conhecemos incontáveis casos de políticos imaturos, eleitos por eleitores piores ainda. Portanto, meu vaidoso amigo, cuidado com a vivacidade dos sedutores, dos craques em inventar candidatura, não alimente tanta ilusão. Lembra-me o Eclesiastes: Vaidade das vaidades, tudo é vaidade.
Dr. João Cleofas de Oliveira costumava dizer: O amor na política é mais forte do que no amor.
Prudente abraço!
Sosígenes Bittencourt
Monday, October 10, 2011
As razões de Reguffe
Saturday, October 08, 2011
Morte de Benge
Será um domingo triste. A sisudez da morte nos circunda. A cada momento, lembramos alguma coisa de Benge, suas travessuras, seus carinhos, seus gestos quando minha mãe viajava, a noite todinha ao lado do meu pai. Banhamos de lágrimas os seus pertences, apanhando pela casa. Adeus, meu camarada. Você nos ensinou a amar os animais, com o seu carinho. Você é gente, bicho. Nunca nos fez mal, sua timidez nos encantava, desculpa as vezes que fomos arrogantes e incompreensivos contigo. Deus te dê o paraíso.
Lutuoso abraço!
Sosígenes Bittencourt
Thursday, October 06, 2011
O cãozinho dodói
O cãozinho doente dói na gente. O cãozinho é feito gente. Porque todo mundo morre e nunca se acostuma com a morte.
O poodle é bichano tão sabido que não fala porque não foi à escola. Quando sua dona viajou, o poodle pegou o seu chinelinho e ficou empurrando por debaixo da porta. Todo mofino, nem sei se pode-se dizer que era saudade. Predicativamente amoroso, dorme sob a cama, puxa o lençol.
O cãozinho anda dodói que dói. Diz que é hepatite.
- Na casa tem rato? - pergunta o doutor de bichos.
- Não, mas eu vi um subindo pela parede. O senhor sabe a função do rato, doutor?
- Pergunte a Deus?
Às vezes, seres racionais, pessoas de verdade, envenenam seu semelhante por vontade. O rato nada sabe de sua letalidade.
Mas, o poodle doente dói na gente. Lembro-me da advertência: Se você vai criar um bicho, saiba que aquilo é feito gente. Um dia morre e é um velório normal. A gente morre de velho e não se acostuma com a morte. Carregamos um obituário no cérebro, a fisionomia de nossos mortos na memória, seus rostos pálidos, frios e suarentos dos derradeiros momentos.
- Você se lembra de fulano, sicrana?
- Lembro. Parecia que estava dormindo.
Mas, o poodle fica nos olhando, anda capengando pela casa, somos uma espécie de seu deus. Houve um tempo em que os homens eram assim, agiam pelo instinto, não havia concepção de mitos nem desejos. Os homens eram uma espécie de demônios. Menos mal, hoje parecem o diabo em figura de gente.
Mas, o poodle parece que está com hepatite. Deus o livre da leptospirose. Foi alguma extravagância que ele fez, apesar de que não bebe. Um cidadão deduziu que o homem é o mais burro dos animais. E explica, todo contente com sua invenção: - Você já viu um cavalo com um cigarro no bico? Um jumento tomando cachaça?
Risos!
O poodle, tomara que não tenha que relatar sua morte. As pessoas choram, e a função do escritor é alegrar as pessoas. Oremos pelo bichano.
Veterinário abraço!
Sosígenes Bittencourt
Tuesday, October 04, 2011
A Grécia é uma graça
A Grécia é uma graça. A Grécia não é um mito, mas capricha pra tragédia grega. A Grécia precisa “primeiro viver para depois filosofar”, seguir, ipsis litteris, o conselho latino “primum vivere, deinde filosophari”. Mas, a Grécia nem consegue viver nem filosofar. De mãos estendidas, pede socorro financeiro ao mundo, sacrificando seus filhos, aos pés de mandatários incompetentes e impiedosos. Parece o destino, ou obra do acaso, mas termina sendo efeito da safadeza dos homens, da olímpica arrogância dos mortais. Aos gregos governados, quem inventou a pobreza foram os governantes, ou seja, os detentores do poder, os egoístas, os malfeitores. Por isso, não querem se submeter a sacrifícios, pois não creem em mitos de qualquer esfera. Antes, se revoltam, tomam as rédeas do destino e implantam a desordem, na base da pedra, tisnando o chão com o seu sangue. A vontade faz aflorar a coragem, a faculdade acorda sua virtude. Sócrates, que morreu pelas leis de sua cidade e para não abjurar suas convicções, revira-se na tumba. Não há mais filósofos na Grécia como no longínquo período dos Cínicos. O cinismo puro virou atrocidade, autoritarismo, uma risadagem obscura sobre a miséria humana, é a contrafação da postura filosófica que ia ao mercado procurar saber o que não era necessário para viver. Oh! socrático-platônicos, que ensinastes o despojo e o culto à virtude como caminhos para a felicidade, ensinai! ensinai! A Grécia precisa da Grécia. A Grécia é uma graça. A Grécia anda uma desgraça. Parece uma tragédia grega.
Trágico abraço!
Sosígenes Bittencourt