Wednesday, January 04, 2012

Roubo de celular



O telefone chamado está fora de área ou desligado, seu idiota!

Há quem pense que cultura é o acervo artístico de um povo. Está correto. Contudo, hábitos também são dados culturais. Um hábito que já faz parte de nossa cultura é o furto. Quer ver? Quem foi que escapou de ter um celular furtado? E tanto faz parte de nossa cultura que, mesmo sabendo que o chip e o aparelho podem ser bloqueados, o sujeito pode levar tapa na cara, ir preso, ficar desmoralizado, a safadeza continua. Você não pode dar bobeira. Eu mesmo já tive celular subtraído no cabaré e na Universidade.
A pergunta é a seguinte: - O que é que um professor vai fazer numa Zona de Baixo Meretrício?
A resposta é a seguinte: - E o que é que um ladrão vai fazer numa Universidade?
Também já tive celular encantado na padaria mais chique da cidade. O pior é que, em volta, só havia mulher, um animal que ainda considero melhor do que o homem. O aroma era de perfume francês, e as madames, com as bochechas infladas de guloseimas. E ainda se diz que é menos arriscado ser furtado do que ser roubado. O roubo tem uma historinha de ameaça na base do pau de fogo e da faca peixeira.

Meu Deus me perdoe, mas é uma desgraça! Tóquio tem 35 milhões de habitantes, e a polícia vive de cara pra cima, sem ter o que fazer.
Miserável abraço!
Sosígenes Bittencourt

12 comments:

Dryton Bandeira said...

Em caso de roubo ou furto é possível bloquear definitivamente o aparelho. Basta informar a operadora o número do serial. Para tanto,acesse: *#06#. O produto do ilícito, servirá apenas como peso de papel!!!

Sosígenes Bittencourt said...

Obrigado pela informação, Dr. Dryton Bandeira. Eu desejaria que um larápio desses fosse roubar num daqueles países árabes, onde se decepa a mão de quem subtrai o alheio.
No mais, sinto-me orgulhoso em tê-lo como leitor. E aproveito para desejar-lhe um Ano Novo de Boas Novas.
Feliz abraço!

silvio de cidade de deus said...

esta matéria mi fez lembrar o que aconteceu comigo um certo dia ao tomar um café pela manhã na padaria central no tempo em que existia um balcão para recebemos a comida ao terminar o meu café sair de imediato e ao chegar na frente da banca fortuna ali colada a padaria dei conta que deixaram meu celular e voltei de imediato mais ele já havia sindo levado e o mais interessante foi o que ouvi dos funcionários daquele estabelecimento que niquem havia visto meu telefone tudo isto não demorou mais de 1 minuto que eu deixaram o meu celular no balcão e brincadeira vigilante abraço

Sosígenes Bittencourt said...

Pior é que eu perdi um celular num restaurante e me disseram que foi gente de lá mesmo. Tem jeito? É, ou não é, uma safadeza nacional?
Descuidado abraço!

Anonymous said...

Não consigo me lembrar de quantos celulares meus foram roubados.


Caduco abraço.

Aninha Marques

Sosígenes Bittencourt said...

Precisamos permanentemente preservar a paciência para não perder o juízo.
Sereno abraço!

Manoel Carlos said...

Cultura de massa é, em nossos dias, conceito dos mais amplos, abrangendo, muitas vezes, toda e qualquer manifestação de atividades ditas populares. Do carnaval ao rock and roll, do jeans à coca-cola, das novelas da televisão às revistas em quadrinhos, tudo, hoje, pode ser inserido no cômodo e amplo conceito de cultura de massa.

Todavia, muitos dos que assim utilizam tal conceito ver-se-íam em dificuldades se indagados acerca de sua real abrangência.

Antes, porém, de estudar o que vem a ser cultura de massa, cabe perguntar: o que é cultura? O que é massa?



Povo e Massa

O Papa Pio XII, em sua célebre Radiomensagem de Natal de 1944, distinguiu magistralmente os dois conceitos.

O povo, ensina o Pontífice, é formado por indivíduos que se movem por princípios. Ele é ativo, agindo conscientemente de acordo com determinadas idéias fundamentais, das quais decorrem posições definidas diante das diversas situações .

A massa, ao contrário, não passa de um amálgama de indivíduos que não se movem, mas são movidos por paixões. A massa é sempre, e necessariamente, passiva. Ela não age racionalmente e por sua conta, mas se alimenta de entusiasmos e idéias não estáveis. É sempre escrava das influências instáveis da maioria, das modas e dos caprichos que passam.

A massa é como a areia movida pelo vento, ou o rebanho nas mãos do pastor. Movem-na apenas veleidades: o dinheiro, a facilidade, o luxo, o prazer, o prestígio.

Como animais que temem desgarrar-se do rebanho, os indivíduos que compõem a massa jamais discordam da maioria. Pergunte a um jovem se conhece determinado cantor da moda, e ele terá imensa vergonha em confessar sua eventual ignorância. Em seguida, ele procurará conhecer tal cantor, decorar suas músicas (mesmo que na verdade não as aprecie), conhecer sua história. Somente então, sentir-se-á reconfortado, pois estará finalmente "como todo mundo".

A inserção na massa lhe impõe que se vista como os outros, que coma como os outros, que goste do que gostam os outros.

Ser, pensar, agir, estar sempre, obrigatoriamente, "como os outros" é amoldar-se inexoravelmente a esse implacável "deus" chamado "todo mundo". É renunciar à própria individualidade, trocando-a pelo amorfo e medíocre "eu coletivo" da multidão.

Inserir-se na massa é socializar a si mesmo.

A massa é, portanto, o povo degenerado.

Pode a massa ter cultura?

Manoel Carlos said...

Cultura

Alguém definiu cultura, sob o prisma individual, como aquilo que permanece após ter-se esquecido tudo o que se aprendeu.

Transplantando tal conceito para o plano coletivo, poderíamos afirmar que cultura é o resíduo, imune à ação do tempo, dos conhecimentos - em sentido amplo - fundamentais dos povos. A cultura de determinada civilização vem a ser, portanto, o conjunto de seus valores e conhecimentos perenes.

Como se forma a cultura de um povo?

O termo cultura tem sua origem na agricultura, em razão da flagrante analogia entre as etapas do cultivo de um terreno e a formação da cultura humana.

Com efeito, a cultura de um terreno pressupõe sua limpeza de toda sujeira e ervas daninhas, a aragem e o cultivo dos vegetais desejados.

A plantação deverá obedecer determinadas regras. Será preciso plantar, antes de mais nada, coisas úteis, eis que uma cultura de ervas daninhas será uma falsa cultura.

Ademais, será necessário plantar em ordem, de maneira que, por exemplo, cada cereal esteja separado dos demais, a fim de que possa receber o tratamento que mais lhe convém.

Algo análogo se passa com a formação da cultura dos homens e dos povos.

Antes de mais nada, a boa cultura exige que se limpem as inteligências de todos os erros e falsas opiniões - ervas daninhas de nossas mentes - que comprometem tudo o que nelas venha a ser plantado.

Após, será preciso "arar" nossas inteligências, habituando-as a pensar. Pois apenas estudar não significa adquirir cultura: há analfabetos mais "cultos" do que muitos eruditos.

Finalmente será chegado o momento de "plantar", ordenadamente, verdades úteis em nossa mente.

Não basta, portanto, ao ser humano estudar, mas é preciso, antes de mais nada, selecionar aquilo que se estuda e se guarda, de modo a se conhecer coisas úteis.

Uma lista telefônica, por exemplo, está repleta de informações verdadeiras. Todavia, nenhuma utilidade traria seu estudo. Se olharmos em torno de nós, veremos com surpresa quantos há que dispersam seu tempo e inteligência com absolutas banalidades.

Além de ter por objeto coisas úteis, a formação cultural exige que se observe determinada ordem no estudo, a qual hierarquize nossos conhecimentos de forma lógica.

Assim, temos que, a cultura da enciclopédia - que posiciona os temas de acordo com sua "ordem" alfabética, e não sua importãncia ou encadeamento lógico - não pode ser considerada verdadeira cultura. Pois a enciclopédia, vasta e superficial, pode ser comparada com um oceano que uma formiga atravessaria com água pelas patas...

Visto o processo de formação cultural - que, mutatis mutandis, se aplica também à formação da cultura dos povos - cabe responder à indagação acerca da possibilidade de existência de uma cultura de massa.

É fácil perceber, tendo em vista o ensinamento de Pio XII, que a resposta somente pode ser negativa, na medida em que a massa, por definição passiva, não é capaz de cultivar - "limpar", "arar", "plantar" -, por si mesma, o que quer que seja.

A pseudo-cultura de massa não passa, na verdade, de um oceano de imposições ditadas pelos meios de comunicação, muitas vezes idênticamente destinadas às mais díspares regiões e povos.

Não é por outro motivo que as massas, sejam da América, Europa ou Ásia, apreciam e produzem a mesma arte, vestem as mesmas roupas, gostam das mesmas comidas. Não é por razão diversa que os estilos, as maneiras, as tradições, enfim, a cultura peculiar de cada povo vem dando lugar, em larga medida, a uma triste "standardização" universal.

Exatamente por não partir genuinamente dos povos, mas ser sempre uma imposição de cima para baixo, a pseudo-cultura se mostra indiferente e imune às profundas diferenças existentes, por exemplo, entre japoneses e italianos, ou entre norte-americanos e árabes: todos consomem os mesmos hamburgueres e coca-colas...

Todos receberam a mesma falsa e estereotipada "cultura".

Manoel Carlos said...

Cultura Popular

Algo totalmente diverso, porém, ocorre em relação ao povo. Este tem movimento próprio, guardando seus próprios princípios e movendo-se de acordo com eles. Ao povo é dado, portanto, formar sua própria cultura, reflexo evidente das idéias fundamentais que o movem.

Ao contrário da chamada "cultura" de massa, a cultura popular tem suas raízes nas tradições, nos princípios, nos costumes, no modo de ser daquele povo.

Desta forma, cada povo produz, por exemplo, uma arte peculiar, reflexo de suas específicas qualidades, necessariamente diversa das artes de outros povos. Assim, por exemplo, houve uma verdadeira arquitetura colonial brasileira - expressão de autêntica cultura de nosso povo -, muito diferente da arte de escultores de outros povos.



Cultura de Elite

Mas a verdadeira cultura popular não se esgota em si mesma.

Conforme ensina o mesmo Pio XII, o povo sempre produz uma elite, formada por aqueles que se destacam nos mais variados campos.

E essa elite, naturalmente, aperfeiçoará a cultura popular. Portanto, é a cultura popular a causa eficiente da verdadeira cultura de elite, a qual não lhe é oposta, mas prolongamento natural dela, como a flor é produto da raiz.

Raiz e flor não se repelem, amam-se. A flor é o "orgulho" da raiz, pois esta é mãe daquela.

Vivaldi, Handel e numerosos outros compositores clássicos foram buscar temas para suas músicas nas canções populares de seu tempo. Não fosse a boa poesia popular, a literatura não teria Os Lusíadas ou A Divina Comédia.

A pobre massa, por sua vez, não produz elite, nem cultura. Dela somente nasce destruição da verdadeira cultura.

Sosígenes Bittencourt said...

Outro dia, pedi a uma jovem que ouvisse um Concerto para Violino, de Tchaikovsky, executado por Sarah Chang. Chegada a ouvir Saia Rodada, não sentiu nada. Aí, pedi que ouvisse o concerto durante uma semana. É difícil gostar de um Clássico, quem aprecia a Eguinha Pocotó.
Misericordioso abraço!

silvio de cidade de deus said...

o cometário e sobre um furto de um celular este cidadão escreve uma ladainha dessa e o fim do mundo descontente abraço

Sosígenes Bittencourt said...

Essa minha postagem foi o maior sucesso. Nunca pensei que renderia tanto comentário. Talvez, porque todo mortal já tenha sido vítima de furto de celular. Eu mesmo já desisti de andar com celular. O meu celular vai virar um telefone convencional. Vou deixá-lo em casa e as portas rebatidas.
Precavido abraço!