A Redução da Maioridade Penal é um apelo do mundo do
crime, é um “prendam-me, eu não consigo ser normal, eu sou um bárbaro.”
O brasileiro namora cadeia, porque não aprendeu a gostar
de estudar. São, em sua maioria, meninos fabricados em descarrego sexual, gente
que faz sexo para se livrar do incômodo e não estão ligando para gravidez.
Falta de educação.
O Brasil deve 50 anos de antevisão do futuro, não cuidou
das gerações futuras. Porque os políticos pensam nas eleições; os estadistas é
que pensam nas gerações. Ninguém perguntou o que deveria ser feito para receber
o amanhã, debruçados sobre o momento, remendando os trapos, aos trancos e
barrancos. Resultado disso, eu vi, semana passada, a polícia revistando dezenas
de jovens numa praça central da cidade. Os adolescentes com as mãos na cabeça e
as pernas arqueadas, como se fossem, indistintamente, pela faixa etária,
marginais até que provassem o contrário.
Redução de Maioridade Penal é como a Lei Maria da Penha,
não conseguiu reduzir a violência contra a mulher. Aliás, gerou até uma
reflexão no “ginófobo” (aquele que tem aversão a mulher): “Se eu não matá-la
agora, eu vou preso, e ela fica à vontade com quem quiser.”
A Redução da Maioridade Penal é resultado da ineficácia
do ECA, que não trata o menor infrator como deveria tratar. O menor infrator
não sofre um padre nosso por penitência, não é assistido, fica frescando, até
que um outro marginal o elimine, ou um aterrorizado faça justiça com as
próprias mãos.
Infelizmente, o brasileiro está feito uma barata tonta,
girando em torno do próprio eixo, para depois morrer.
Enfim, você é contra ou a favor da Redução da Maioridade
Penal? Não importa, agora, depois de tantas décadas de falácia e incompetência
governamental. Se o ECA não funciona, negocia-se droga em presídio e o
desarmamento não surtiu efeito, não será a Redução da Maioridade Penal que irá
resolver. A violência não está no corpo dos adolescentes, a violência está na
alma dos brasileiros.
Sosígenes Bittencourt
3 comments:
Observem se o ECA está funcionando. "O ECA prevê seis medidas educativas: advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade e internação. Recomenda que a medida seja aplicada de acordo com a capacidade de cumpri-la, as circunstâncias do fato e a gravidade da infração.
Muitos adolescentes, que são privados de sua liberdade, não ficam em instituições preparadas para sua reeducação, reproduzindo o ambiente de uma prisão comum. E mais: o adolescente pode ficar até 9 anos em medidas socioeducativas, sendo três anos interno, três em semiliberdade e três em liberdade assistida, com o Estado acompanhando e ajudando a se reinserir na sociedade.
Não adianta só endurecer as leis se o próprio Estado não as cumpre."
Agora, pegue mais os adolescentes infratores de 16 e 17 anos e enfie nas penitenciárias, já regurgitando de presos, e contabilize os resultados. Eu sou totalmente a favor de tirá-los de circulação para serem submetidos às punições e tratamentos elencados no ECA. Não acredito no sistema prisional brasileiro.
Resolver questões do passado por medidas imediatistas, abruptas é como sedar um doente mental, administrar Omeprazol para incômodo gástrico de fundo emocional, não trata. A prevenção social dá-se com programação prévia, dirigindo a proa visionária para o futuro. Quantos seremos e o que devemos fazer para recebê-los. Essa previsão, tendo por base a educação familiar e a instrução escolar, consubstanciam a Justiça Social. Quando o Japão se viu entre escombros e fumaça, empapado de sangue e pulverizado de fragmentos humanos, resolveu investir tudo que restou na educação das crianças. Resultado: a geração reconstruiu a nação. Foi antevisão, ou não foi?
Eu costumo dizer que, no Brasil, a liberdade desenfreada, a prevalência do capricho sobre o social sacrifica a segurança. A Alemanha teve um Hitler, aqui temos um em cada esquina. Todo mundo quer fazer o que quer. SEGURANÇA sem LIBERDADE é tirania (Alemanha); LIBERDADE sem segurança é LOUCURA (Brasil). Na Alemanha, você seria executado se não cumprisse norma; no Brasil, você pode ser executado independente de norma. Na Alemanha, o Estado matava você; no Brasil, seu vizinho mata você.
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