A minha geração sempre foi
alvo de duas mentiras espetaculares: O Brasil é o país do futuro, e o mundo vai
se acabar. O “futuro” seria a “prosperidade”, e o mundo iria ser engolido por
uma coivara de fogo, ou inundado por um gigantesco maremoto. O futuro não chegou,
o mundo não se acabou, e a gente se acabando.
Sosígenes Bittencourt
4 comments:
A prosperidade não seria o enriquecimento do país, isto aconteceu, mas seria a extinção da miséria e a concessão das necessidades básicas de uma sociedade, através da boa conduta política, no trato com a fiscalização da arrecadação dos impostos e sua destinação, viabilizando a SEGURANÇA, a SAÚDE e a EDUCAÇÃO. Para a minha geração, não dá mais tempo de vislumbrarmos este futuro, mormente o confuso teatro político que estamos contemplando. Quanto ao fim do mundo, até que alguns apocalípticos xerifes do mundo andaram ensaiando, mas não foi possível, e o Universo continua brilhando da mesma forma. Portanto, não acredito que minha geração verá o mundo explodir por si só, mas continuaremos a ver o homem comendo o homem, como bem concluiu Thomas Hobbes, ao citar a máxima latina HOMO HOMINE LUPUS ( O homem é o lobo do homem).
Antigamente, os pobres eram os trabalhadores, gente decente, os bem-aventurados, portadores de passaporte para a Eternidade. Hoje, se você chamar um indivíduo de pobre, corre o risco de levar uma mãozada no focinho. Chamar um indivíduo de pobre é discriminá-lo, marginalizá-lo. Os pobres acham que existe alguma coisa errada na sociedade que faz com que eles sejam pobres, e os ricos passaram a ser os satanases do mundo.
Se houver inferno para os pecadores, não será a pobreza nem a riqueza que levará pobres e ricos para o antro de Satanás, mas a IRA e a AVAREZA. Um pobre irado que maltrata, ou um rico avaro que despreza, ambos deverão ir, de braços dados, para a gruta de Belzebu.
Na realidade, o mundo se acaba toda vez que alguém falece, porque com o falecido vai-se um mundo que jamais existirá. Compreende?
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