Tuesday, September 08, 2009

Com o medo na alma

Não deve ter sido fácil para os algozes do casal Villela arquitetar o seu assassinato. O advogado e ex-ministro José Guilherme Villela morava em Brasília debaixo do mais absoluto aparato de segurança. Principalmente porque não era uma pessoa comum, tendo sido inclusive advogado do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Pela crueldade como foram assassinados o ex-ministro, sua esposa e a governanta do casal, tudo leva a crer em homicídio encomendado. Para se ter uma idéia, os três receberam 72 facadas no teatro do hediondo homicídio.
A reflexão apavorante que fica é a seguinte: que dificuldade encontraria um inimigo que nos quisesse matar, para nos tirar a vida? Nós que dispomos, em relação à vítima, dos mais simples recursos de segurança, como um guarda-noturno, um cadeado na grade, ou uma trave atrás da porta. Por isso, não me surpreende que um açougueiro tenha esfaqueado duas mulheres em São Paulo por causa de um pisão no pé, levando uma à morte. Enfim, coitados de todos nós, carregando o medo no fundo da alma.
Antigamente, quando uma autoridade vinha pela calçada, as pessoas se curvavam e lhe tomavam a bênção. Hoje, empurram a porta do seu apartamento com os pés e o esfaqueiam até a morte, como abatessem um meliante numa ponta de rua. Parece que os juízes, os advogados, as autoridades em geral perderam o respeito do povo. Talvez, porque condenem ladrões de pote de manteiga e absolvam construtores de castelos com o dinheiro público. Aliás, às vezes, dá medo até comentar certas coisas, pois há bajuladores e criminosos em toda parte. Principalmente, depois que fomos proibidos de andar armado, e os meliantes vão à feira do troca-troca, sem serem incomodados. Valha-nos, Deus!
Sosígenes Bittencourt

2 comments:

Danusa Cavalcanti said...

O que será deste mundo??? Só Deus é quem sabe!! Cada dia os jornais nos mostram uma realidade que jamais imaginamos.

Sosígenes Bittencourt said...

Danusa, eu e sua mãe somos de um tempo em que as pessoas eram mais educadas, sobretudo dentro das famílias. Filhos eram programados. Hoje, apesar do controle espontâneo da natalidade, pessoas infelizes e incapazes continuam proliferando sementes do mal.