Thursday, December 09, 2010

Aniversário de dona Zefinha Menezes

A última proprietária de bar do velho cabaré de Vitória (PE), dona Zefinha Menezes, faz aniversário no dia de Nossa Senhora da Conceição. Completando 90 verões, uma vez que aqui não faz primavera, fomos comemorar a data em Mané Peixe, na Av. 15 de Novembro. No restaurante, Paulo Lavoura, Eraldo Boy e eu éramos as celebridades de uma mesma geração. Só faltou o garçon Fritz, que está com Jesus.
Nascidos na década de 50, começamos a frequentar o cabaré, lá pelos mil novecentos e sessenta e alguma coisa.
Dona Zefinha ficou famosa pelo feijão verde com carne de sol na brasa que nos servia, desde a hora do almoço até a madrugada. A cerveja era geladíssima, fermentada, e a música era, de The Fevers a Roberto Carlos, passando por Nelson Gonçalves, Núbia Lafayete e Ângela Maria. As mulheres usavam pó compacto, tinham educação e nos banhavam depois do amor.
Nossa homenageada, nonagenária, estava contente. Tomou umas talagadas de Whisky, recebeu presentes e pediu que Deus nos abençoasse. Contou que era feliz porque fez tudo que gostava na vida. Trabalhou, amou, passeou muito, por isso envelhecia sem graves problemas psíquicos ou de natureza física, além dos achaques naturais da velhice.
Em breve discurso, arranquei aplausos para aquela época, chamando-a de tempo de paz. Comida saudável, música bonita, mulheres femininas e ruas tranquilas para o livre trânsito dos mortais. Salientei que dona Zefinha impunha mais respeito no seu bar, na Zona de Baixo Meretrício, do que os diretores nas Escolas Públicas hoje em dia. Foi um verdadeiro espetáculo!
Portanto, para dona Zefinha Menezes, todo nosso carinho, saúde e paz.
Sosígenes Bittencourt

2 comments:

Anonymous said...

Não sou dessa época, mas pelo modo de como você a narra, imagino que foram bons tempos. Como você mesmo disse: tempo de paz. Sobre a senhora que foi homenageada, meus parabéns. Como diz o poeta: é preciso viver, não apenas existir. Um abraço.

Sosígenes Bittencourt said...

Sou do tempo dos Hippies. Até eles, que viviam ao relento, cabeludos, vendendo quinquilharias e usando drogas, tinham por lema "Piece and Love", ou seja, Paz e Amor.
Pacífico abraço!