A Terra parece uma bola murcha

Quem primeiro espalhou que a Terra era redonda foi Isaías - o da Bíblia – abismado com as estrelas e a origem do mundo. "Ele é o que está assentado sobre o círculo da terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos (...)” E ainda chamou a caterva humana de “gafanhotos”. Acertou novamente. Aí, vieram astrônomos, astrólogos, cosmo isso e aquilo, portando luneta e intuição para falar sobre Gaia, a divindade que representa a Terra. Galileu Galilei quase morre queimado, depois que apoiou o Heliocentrismo de Nicolau Copérnico. O Santo Ofício arretou-se, porque o Sol ficava mais importante do que a Terra no corrupio dos astros. Isso era mutreta entre o Rei e a Igreja, para manobrar a humanidade. Depois de convidado a dizer que era tudo mentira, Galileu voltou e disse que era tudo verdade. Ainda soltou pilhéria: “Quanto menos alguém entende, mais quer discordar.” Até um dia desses, a terra era uma bola azul. Pelo menos foi o que fuxicou Yuri Gagarin, o primeiro astronauta que pinotou no espaço e viu a Lua bem de pertinho. Essa proeza de 1961 fez a Rússia ficar ainda mais importante, porque foram eles também que, em 1957, botaram a cadela Laika para passear, a bordo do Sputinik, pelo espaço sideral. Hoje, depois de fotografarem a Terra, de toda posição, com as mais sofisticadas tecnologias, chegam à conclusão de que a Terra é geoide, cujo retrato parece uma bola murcha. O conhecimento é tão grande que falam dos oceanos como se fossem banheiras, e das montanhas como se fossem montículos de areia. Melhor tratarem de providenciar almofadas gigantes para amaciar o atrito das placas tectônicas, para o mundo não desabar sobre a cabeça dos viventes ou afogá-los num dilúvio.

Escatológico abraço!

Sosígenes Bittencourt