Ensinar
Português ficou complicado quando inventaram de descomplicar. Porque muito do
que era certo se tornou errado, e o que era errado passou a ser certo. A Nova
Ortografia estabelece que os advérbios BEM e MAL deverão receber o hífen antes
de palavras que comecem com VOGAL e H. Muito bem. Por exemplo: bem-amado,
mal-amado, bem-humorado, mal-humorado. Quer dizer, pela cláusula, BENFEITO não
leva hífen, porque "FEITO" começa por consoante (F). Agora,
qual a explicação que deverá ser dada ao aluno para a exceção consagrada a BEM-VINDO,
palavra iniciada por consoante e escrita com hífen?
A pergunta
é a seguinte: simplificou, ou complexificou? Porque, se não há explicação
lógica ou plausível, remete o aluno à decoreba. E se obriga o aluno e decorar, sobrecarrega-o,
complexificando o aprendizado. Ninguém aprende porque decorou, decora porque
aprendeu.
Sosígenes Bittencourt
2 comments:
Como explicar ao alunado o porquê de PARAQUEDAS ser escrito sem hífen e PARA-BRISA, PARA-CHOQUE e PARA-LAMA o serem. A explicação é de que certos compostos perderam a noção de composição, passando a serem grafados aglutinadamente: PONTAPÉ, MANDACHUVA e GIRASSOL.
Quer dizer, PARA e QUEDAS não têm mais a ver com PARAQUEDAS, mas PARA e BRISA têm tudo a ver com PARA-BRISA. Simplificou, ou complexificou?
Quer dizer, a palavra MANDACHUVA não tem nada a ver com MANDA + CHUVA, tem a ver com o significado gerado pelas palavras juntas: chefe, cacique, mandonista, prepotente, etc. Compreende? Agora, PARA-BRISA é considerada uma palavra que conserva o sentido das palavras que a compõem. Por exemplo: PARA-BRISA é aquilo que para a brisa. E, aí, eu pergunto: quem foi que inventou que para-brisa PARA a BRISA?
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