No
Alto do Rodrigues, oeste potiguar, o Ibama manda a polícia fechar uma rinha de
galo. A polícia obedece, chega ao local e bota moral. Em meio a gritos e
disparos, um idoso, que tinha a coragem de ver galo brigando, toma um susto e
morre no hospital. Dos 145 galos apreendidos, alguns foram sacrificados sem
serem interrogados, num verdadeiro “galicídio” ambiental. Ademais, a macacada
vai responder por tráfico de drogas e porte de arma ilegal.
Um
cidadão ainda tentou se justificar. Foi pior. Contou que aquela “cultura” era
praticada naquele ringue, desde seus tataravós. Ou seja, cultura, na sua visão,
não é teatro, literatura, folclore, etc, é apenas pega pra capar entre galos de
briga.
Jânio
Quadros, o homem da vassoura, que pretendia varrer a corrupção no país, durou
pouco na Presidência da República. Depois de proibir o uso de biquíni, tomar
porre de lança-perfume e rinha de galo, ficou tão antipático que terminou renunciando
à presidência e espalhando que foi por causa de “forças ocultas.” Aí,
posteriormente, as mulheres voltaram a mostrar as fronteiras das coisas
proibidas, e os homens a tomar porre de lança e botar galo pra brigar.
Em
resumo, no Rio Grande do Norte, quem canta de galo é o Ibama. Resta apenas
esperar para saber se os autuados ainda terão coragem de voltar a ganhar
dinheiro com rinhedeiros.
Sosígenes
Bittencourt
1 comment:
O ser humano condena briga de galo e aplaude luta de box. O filósofo francês Michel Foucault dizia que "O mundo é um grande hospício". Depois, ele mesmo escreveu "História da Loucura, teve problemas neurológicos, pegou aids e morreu. / Uma vez interrogados, o que escolheriam os galos: morrer lutando, ou serem assassinados?
Realmente, o galo não precisa mais do que ser galo para sobreviver. O galo pode lutar para sobreviver. O homem pode lutar para se distrair. Portanto, o ser humano pode se engalfinhar até sangrar, é escolha "teoricamente" racional, mas obrigar galo a brigar é muita covardia, sacanagem ambiental.
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