Passamos a vida,
submetidos a duas experiências básicas: o desejo, que busca a satisfação, e o
afeto que busca evitar a dor. Mas, como evitar a dor, se desejo é vida, e a
vida impõe limite aos desejos?
A dor física é uma
ruptura, algo que rompe, dói. Uma faca que nos corta a pele, um órgão doente
que precisa ser extirpado. Esta dor, nós sabemos teoricamente como resolver. A
dor psíquica é uma dor de amor, ou seja, algo que nos desorganiza
psiquicamente. É um rompimento com algo que tínhamos ou desejamos e nos falta.
É uma dor interior, que nos encarcera, e o mundo desaparece.
Sosígenes Bittencourt
1 comment:
Nós não julgamos o que desejamos, porque desejamos por achar bom. Achamos bom por uma satisfação experimentada ou imaginada. Esperar a satisfação é o grande tormento do desejo. Compreende?
Pela ordem, o desejo vem sempre depois de uma satisfação. Para ser prático, pedagógico, eu diria: um homem pode desejar todas as mulheres de cabelos longos pela satisfação experimentada com uma mulher de cabelos longos. Quer dizer, poderia ser com a mesma mulher (satisfação experimentada), e poderia ser com uma outra mulher (satisfação imaginação).
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