Eu sempre fui vítima de preconceito
poético-filosófico por parte dos NORMOPATAS. Eles acham que
ser normal é ser igual, é trabalhar para ganhar dinheiro, casar e ter filhos, não
passando tudo o mais de mera loucura.
Pensar
é um ato de coragem. Sobretudo, expor aquilo que se pensa. Uma das maiores
vítimas da exposição dos próprios pensamentos foi Sócrates, 469-399 antes de
Cristo, condenado a beber veneno por arrotar suas verdades.
Todos
me cumprimentam, mas não me querem para engraxar os seus sapatos. São polidos
no tratamento, mas não querem ouvir discurso sobre polimento. Esquecem que o homem
é um animal sem solução. Haja vista, o quanto somos feitos de tempo e daquilo
que fazemos com o tempo que temos. E nada deste mundo nos sobrará.
Eu sou
decepcionado com a riqueza porque ela não nos permite mover as amarras do
destino. Não há riqueza que nos evite dos acontecimentos nem do sofrimento,
estando linearmente no mesmo plano. O dinheiro pode prolongar a dor, mas não
pode evitar o sofrimento nem a morte. Observe-se um idoso entubado numa UTI, num hospital particular de luxo, e me diga qual a diferença para um outro num açougue público, horizontalmente submetidos à impressão de mesmo prolongamento
da dor e adiamento da morte.
Reflexivo
abraço!
Sosígenes
Bittencourt
1 comment:
O que disse o poeta carioca Mário Lago (1911-2002)? Eu fiz um acordo pacífico com o tempo: nem eu o persigo nem ele me persegue, um dia a gente se encontra.
Eu sou um andarilho, a caminho da salvação, pelos pedregulhos do pecado. Quanto mais vivo, mais vou morrer, quanto mais morro, mais quero viver. Viver é rápido, morrer é para o resto da vida. Mas, quando eu sair desta vida, quero entrar na Eternidade à procura de mais vida.
Eu costumo dizer que o homem nasce sem pedir e morre sem querer. Portanto, resta-lhe aproveitar o intervalo, entre o nascimento e a morte. Porque, uma vez vivos no mundo, não tem mais jeito, o jeito que tem é viver.
Contrapondo-se a cada Pecado Capital, há uma Virtude Capital. A Gula é um Pecado Capital, ao qual se contrapõe a Moderação, a Temperança, o Autocontrole, a que os gregos chamavam de SOFROSINE, também traduzida como "SANIDADE MENTAL".
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