Bandidos, ministros

De antemão, é preciso entender a função da vírgula. Aqui, não se está chamando ministro de bandido. A referência é ao tragicômico episódio de Jacarezinho, no Rio de Janeiro, quando traficantes fuzilaram o trem em que desfilavam dois ministros, Márcio Fortes e Pedro Brito, que se atiraram ao chão, sob balas e gritos.
Mas, o que faziam os ministros das Cidades e dos Portos, ancorando em lugar tão sinistro? Aquilo não é lugar de ministro, é lugar para ser administrado e de longe, não de tão pertinho. E se não administram, maior é o perigo.
Como havia autoridades no veículo, a polícia metralhou os enxeridos, remetendo um suspeito para o outro mundo, e rebocando três, a bordo de camburão. A confusão foi do tamanho de um trem, mas os ministros já haviam sido advertidos, embolando pelo chão, de teimosos que são.

Detalhe: Não sei se o internauta pode observar, na foto, que um policial aponta uma arma de dentro de um dos vagões do comboio, enquanto um morador, debruçado sobre a janela, apenas põe a mão nos ouvidos, como se nada de muito grave estivesse acontecendo, habituado ao clima de violência em que está vivendo. Sosígenes Bittencourt