Adjetivação e bajulação
Essa questão de adjetivar é bajulação antiga em Vitória. Aqui, diploma-se todo mortal sem a menor cerimônia.
Quando um conterrâneo me chama de professor, fico quieto, pois sei que, além da óbvia dificuldade em articular o meu nome, está falando a verdade. Sou formado em Letras pela anterior Faculdade de Formação de Professores de Vitória, hoje Faintvisa. Mas, eventualmente, quando me chamam de "jornalista", faço ressalva: - Êpa, vamos respeitar os universitários e os formados em Jornalismo.
Não aceito, passivamente, essa honrosa adjetivação. Embora não haja publicado livro, aceito a de escritor, poeta e cronista, pois escrevo todos os dias; não posso consentir a de "jornalista". Aliás, não sou candidato a vereador, sou candidato a eleitor. E, evidentemente, como todos, candidato a uma sepultura em urna funerária.
Forte abraço!
Sosígenes Bittencourt
8 comments:
Tenho certeza que sua justificativa é justa. E também creio na sua modéstia.
A modéstia tem de ser sincera. Como dizia o ensaísta e moralista francês La Bryuère: A falsa modéstia é o último requinte da vaidade.
Falar de um escritor, poeta e cronista é uma honra pra nossa cidade.Pena que não dão valor que você merece gosto se sua sinceridade. Se bem que você é muito mais que isso. Beijo no coração.
Se não recebo o real reconhecimento pelo meu trabalho, falsos adjetivos também não acato. Tenho o maior respeito pelos estudantes universitários.
Não fales aos ouvidos do tolo; porque desprezará a sabedoria das tuas palavras.(Provérbios 23:9)
Seu trabalho já é admirado por muitos; e será reconhecido por todos, um dia...
Obrigada pelos seus ensinamentos.
Ensinar, para mim, é uma forma de conviver. Minha escola é o mundo.
Mas Bittencourt, na "Terra do já teve" é assim mesmo, ou seja, professor vira jornalista e analfabeto idem. E mais, este último com status de estrela de TV !
A Matraca
Outro dia, vi Antônio Abujamra dizer em "Provocações": "No Japão, o analfabeto é preso; no Brasil, é eleito."
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