No zoológico da cidade, a população incentiva um doido a pegar uma bola na toca do leão. O doido, exaltada sua coragem, desce à toca do leão. Como a leoa não entende de loucura humana, aproxima-se do doido e começa a arranhar-lhe o corpo com as patas. Dada a gravidade da cena, eis que Eridelson, atirador profissional, lotado no Corpo de Bombeiros, é chamado a socorrer a vítima, periclitando entre a vida e a morte. Apruma a arma, mira na leoa e detona o tiro fatal. Dado o estrondo, ergue-se o leão e caminha em direção ao doido, já lanhado de arranhões. Eridelson, na sua missão de salvar a vida humana, ante a plateia presente ao teatro da operação, reapruma a arma e atira precisamente no olho do bicho. O leão faz um corrupio e continua a investir contra o doido, num movimento rápido e ameaçador. Aí, Eridelson, em ação salvadora e precisa, atira mais uma vez no leão e salva a vida do doido, que engoliu a corda da população. Desde então, o povo que insuflou a coragem do doido passa a ver com maus olhos o assassinato do leão. Que maldade fez Eridelson contra o Reino Animal... A cidade se revolta, as rádios insultam Eridelson, chamado a salvar o doido que, influenciado pela loucura e ânsia de espetáculo da população, descera à toca do leão. Que momentos difíceis passaram Eridelson, o doido e o leão, por causa da loucura coletiva da população.
Sosígenes Bittencourt
4 comments:
Não tinha conhecimento de que o atirador chamava-se Eridelson. Meu xará. Pense num nome restrito!
Seus devaneios não o levariam a tanto, seus sonhos de heroísmo e coragem não chegam a tamanha façanha.
Em que ano incidiu o tal episódio ?
Um ano desses. Vou me inteirar. Deu-se no Reservatório, o zoológico de Vitória-PE.
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