Fui tomar um cafezinho na padaria, roubaram o meu celular. Foi no entra e sai de um minuto. Só enquanto dei as costas para passar uma aguinha nas mãos. Olhei em volta, todos debruçados sobre os seus pratos, fazendo refeição. Nem olharam para mim. E não era uma padaria qualquer. Nem foi numa ponta de rua. Coisa chic, no centro da cidade, frequentada por gente que aparenta ser tudo. Dos que levantam o vidro do carro para dizer que tem ar-condicionado; dos que apertam a barriga para dar escova no cabelo, ir ao baile. Estivesse bêbado num cabaré, diziam que a culpa foi da vítima. Como estava numa padaria, a culpa deve ter sido do cafezinho. Pobres de nós, infames ladrões. Mas, faz parte de nossa cultura. Cultura não é só o acervo de conhecimentos de um povo, suas instituições, seu progresso, maus hábitos também. O mau-caratismo é símbolo nacional. Não dar a vez aos idosos, pequenos furtos, caluniar. Imagine se lhes dão o poder. Daí, a célebre assertiva: "Queres conhecer o vilão? Ponha-lhe o poder na mão." Quer dizer, aquele que chama político de corrupto, corrupto seria se político fosse. E ainda põem a culpa no poder. O poder quem faz é o homem. Não é o poder que faz o homem. Na raiz, há um traço já característico de nossa cultura: a falta de educação. Isso se tornou corriqueiro depois da desconstrução da família nuclear. A mulher longe da cria, e a meninada solta. Portanto, a única diferença entre o cidadão que fura uma fila e o político que desvia verba é o status. Quem rouba um tostão também é ladrão, e não rouba um milhão porque chance não tem. É Fácil de compreender. Chamar político de corrupto é uma velha mania de ver defeito só no outro sem enxergar o próprio nariz.
Mal-educado abraço!
Mal-educado abraço!
Sosígenes Bittencourt
4 comments:
É a "lei de Gerson": querer levar vantagem em tudo.
Além da ausência materna no núcleo familiar, outro agravante é a falência do ensino nas salas de aula, onde professores não são mais respeitados. Tudo em nome da modernização do ensino e do respeito aos direitos da criança e do adolescente.
As palmadas fazem parte da educação familiar. E até isso querem proibir! Será que o Estado vai se responsabilizar pela educação e formação de nossos filhos?
Ausência de palmadas corretivas redundam em espancamentos na via pública ou nos porões das delegacias. Ninguém quer ver isso. Melhor castigar em casa do que ver o filho castigado na rua.
A corrupção está em toda parte. Não só aquele que desvia o dinheiro público para interesse próprio, como aquele que vê uma infração e não a denuncia. Lamentável, mas é isso que vemos por aí afora. Numa breve síntese, poderia usar essa frase: “O brasileiro é a favor da pena de morte, mas não para si”.
O brasileiro é a favor da Pena de Morte para os outros e do Topless na mulher dos outros. São dois padrões de moral, um para atacar e outro para se defender.
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