Antigamente,
a juíza da infância e da adolescência era a mãe. Isso foi no tempo da
palmatória. Escreveu, não leu, o pau comeu. Embora ninguém questionasse o valor
da chinelada na educação doméstica, não me lembro de criança castigada com
injeção letal.
A
criança precisa entender que está sendo castigada porque descumpriu normas que
precisam ser introjetadas, regras que precisam ser aprendidas, não por
irritação, autoritarismo ou abuso da força paterna.
Ninguém bate em criança por amor à criança, bate com raiva da criança. Ninguém
mata um estuprador por amor ao estuprado, mas por ódio do estuprador.
Introjetamos normas com medo do castigo, mas
isso não credita a todo castigo a melhor forma de promover a introjeção da
norma.
A criança precisa entender o motivo pelo
qual está sendo castigada, não pode concluir que está sendo castigada pelo ódio
dos pais, pelo capricho dos pais, pela força maior dos pais. Isto seria como
treiná-las para odiar.
Sosígenes Bittencourt
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