O resultado das urnas no passado revela que o eleitor de baixa renda costuma dar prioridade ao bolso – e não à escola.
Isabel Clemente e Mariana Sanches
BOLSA-ESCOLA. No governo do Distrito Federal, Cristovam Buarque pagava para que crianças carentes continuassem estudando. Mesmo assim, não se reelegeu.
Uma das verdades mais incômodas da política brasileira envolve um assunto que está na cabeça de pais, professores e estudiosos de todo o país – a pouca importância que o eleitor atribui às propostas para a educação na hora de escolher seu candidato.
As pesquisas mostram que a maioria dos brasileiros adora lembrar a importância da educação para o futuro dos filhos e o progresso do país. Mas, na hora de votar, existem outras prioridades.
Eleito governador do Distrito Federal em 1994, o senador Cristovam Buarque fez carreira como criador do Bolsa-Escola, o avô do Bolsa-Família, programa pioneiro em remunerar famílias carentes pela presença da criançada na sala de aula. Nem assim conseguiu se reeleger.
“Construir universidades dá voto, até o analfabeto apóia por causa do status que a cidade ganha. Educação não. Geralmente, uma escola boa não faz parte do universo de desejo do mais humilde, como um carro, uma casa ou um tênis. É algo muito distante”, diz Cristovam.
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