Tuesday, April 08, 2014

No tempo de eu menino - Talco Johnson



Isso foi no tempo que se atacava fralda com broche. Depois, lavava-se a fralda com Sabão Jabacó, pendurava no arame e passava no ferro de carvão.
Uma vez, um professor exigente sentou-se num restaurante pertinho da Mesbla, no Recife, e pediu uma Brahma Chopp estupidamente gelada e dois ovos cozidos. A garçonete, recém-contratada, querendo mostrar bom atendimento, logo perguntou: - O senhor usa sal nos ovos?
Aí, o professor, insuportavelmente, caxias, implicou:
- Não, garota, uso Talco Johnson.
O castigo pelo desaforo foi ter que deglutir os ovos sem sal e perder a garçonete de vista.
Sosígenes Bittencourt

4 comments:

Sosígenes Bittencourt said...

Gosto de ser lido aquém e além-mar. Não interessa o que você é, mas o que você tem pra dar. Às vezes, faço o povo rir para compensar com aqueles que fazem chorar. Não há nada mais divertido do que ser humano.

Sosígenes Bittencourt said...

Isso foi no tempo que se bebia cerveja com ovo cozido e danava sal. Ninguém tinha medo de ter um treco no coracisco.
Não faz muito tempo, encontraram uma mulher centenária e perguntaram-lhe como estava sua taxa de colesterol. Ao que respondeu: - Eu não sou do tempo de colesterol, não. Quem inventou colesterol foi médico.

Sosígenes Bittencourt said...

Como foi bom ter sido menino
no tempo de eu menino.
Eu decorava tudo que fazia
para me lembrar no futuro.
Minha memória era tudo
para fazer minha fantasia.
Quem tem memória, tem passado.
Quem tem passado, pode sonhar.
É a lembrança que faz imaginar
todos os sonhos que cabem no futuro.

Sosígenes Bittencourt said...

O ano passava um ano para passar.
Não era um tempo rápido, era um tempo DEVAGAR.
Isso foi no tempo que o mundo nunca iria se acabar.
Porque o mundo era mais profundo
do que se poderia pensar.