O negócio é não vir da Dantas Barreto, via Jaboatão, num ônibus sem ar-condicionado. Principalmente no verão. A paisagem é desoladora. Parece que houve uma guerra naquele mundaréu. Calçadas quebradas, estrada remendada, catinga de rio contaminado, casas envelhecidas, escolas cabisbaixas, comércio ambulante no meio da rua, barulho, poeira, pobreza e perigo. Essa é a visão destroçada de uma população que apenas cresceu, inchou e vemos a hora explodir.
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Eu não sou Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, mas te admiro, Marília bela, bela como uma estrela. Freqüentei um barzinho em Olinda, na década de 70, onde hoje é o mar. O oceano o engoliu. Também tenho medo da Praia dos Milagres, desde que dois alemães foram assassinados, porque erraram o caminho. A questão do TIP é a mesma da Rodovia Luiz Gonzaga: conservação. A antiga BR-232 está toda se rachando. E é porque foi uma obra feita para a Classe Média Alta, imagine se fosse feita para pobre. Esse país é uma pinóia. Quanto mais dizem que está melhorando, eu não vejo nada. Agora mesmo, com a Queda das Bolsas, anda tudo aumentando, do chuchu ao automóvel. E o governo aperreado com os bancos, essa instituição que surrupia o dinheiro do povo sem pagar imposto nem pecado. Entra aí na minha revista eletrônica, para matar a saudade.
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Na Dantas Barreto, quer ao pingo do sol, quer na penumbra da Hora do Ângelus, a mulherada se agarra com as "bolsas sem valores"e a mão entre as pernas. Há um pânico instalado, medo até das fisionomias, dos olhares, dos trejeitos. Todo mundo é suspeito até que prove o contrário. Uns põem a culpa na cobertura jornalística, que vive relatando desgraça. Em resumo, quer seja via TIP, ou Dantas Barreto, os meliantes podem estar dentro do veículo, ou na banqueta, à margem da estrada. O desconforto é psicológico.
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Eu não sou Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, mas te admiro, Marília bela, bela como uma estrela. Freqüentei um barzinho em Olinda, na década de 70, onde hoje é o mar. O oceano o engoliu. Também tenho medo da Praia dos Milagres, desde que dois alemães foram assassinados, porque erraram o caminho. A questão do TIP é a mesma da Rodovia Luiz Gonzaga: conservação. A antiga BR-232 está toda se rachando. E é porque foi uma obra feita para a Classe Média Alta, imagine se fosse feita para pobre. Esse país é uma pinóia. Quanto mais dizem que está melhorando, eu não vejo nada. Agora mesmo, com a Queda das Bolsas, anda tudo aumentando, do chuchu ao automóvel. E o governo aperreado com os bancos, essa instituição que surrupia o dinheiro do povo sem pagar imposto nem pecado. Entra aí na minha revista eletrônica, para matar a saudade.
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Na Dantas Barreto, quer ao pingo do sol, quer na penumbra da Hora do Ângelus, a mulherada se agarra com as "bolsas sem valores"e a mão entre as pernas. Há um pânico instalado, medo até das fisionomias, dos olhares, dos trejeitos. Todo mundo é suspeito até que prove o contrário. Uns põem a culpa na cobertura jornalística, que vive relatando desgraça. Em resumo, quer seja via TIP, ou Dantas Barreto, os meliantes podem estar dentro do veículo, ou na banqueta, à margem da estrada. O desconforto é psicológico.
Outro dia, estava lá na Dantas, quando vi uma mulher querendo entrar no ônibus antes da hora. Estava com medo de ser assaltada. Disse-lhe que era bobagem, o assaltante poderia já estar dentro do coletivo.
A Dantas já não está como era dantes, quer dizer, está pior. Fedorenta, empoeirada e perigosa. As meninas que vendiam água mineral de garrafinha, há 10 anos, estão carregadas de filhos, seminuas e as canelas corroídas. Uma verdadeira desgraça!
Sosígenes Bittencourt
Sosígenes Bittencourt
2 comments:
O pior é que nem dentro de nossas casas estamos livres desses ladrões, em plena luz do dia minha tia chega la em casa aos tombos dizendo que estavam distelhando sua casa foi aquele corre - corre ligamos pra polícia eles investigaram ele ja tinha entrado na casa da vizinha e tinha roubado o motor da água.
À proporção que cresce o número de miseráveis, ficamos mais encurralados. É mais gente faminta e sem motivo para ter juízo e decência.
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