Estudando Português

COM TODAS AS LETRAS

Laércio Lutibergue

Laércio, na sua coluna, você disse que a reforma ortográfica suprimiu o hífen de “tão só” e “tão somente”, situação que sempre observei.
A indagação é: em “salário-família” acontecerá o mesmo? E outras palavras, como corregedor-geral, ouvidor-geral, diretor-presidente também ficarão sem hífen?
(Evaní Barros, Pesqueira-PE)

Resposta.
O acordo não aboliu o hífen das palavras formadas por:
substantivo+substantivo
(ano-luz, decreto-lei)
substantivo+adjetivo
(mesa-redonda, azul-escuro)
adjetivo+substantivo
(boa-fé, maus-tratos)
numeral+substantivo
(primeiro-ministro, quarta-feira)
verbo+substantivo
(guarda-chuva, porta-aviões)
e naquelas em que pelo menos um dos elementos seja um substantivo, um adjetivo, um verbo ou um numeral
(joão-ninguém, abaixo-assinado, alto-falante).

O hífen só saiu de cena nas formações em que nenhum dos elementos é substantivo, adjetivo, verbo ou numeral
(tão só, tão somente)
ou naquelas entre cujos elementos aparece um vocábulo de ligação (dia a dia, lua de mel, mão de obra).
Exceções do último caso:
água-de-colônia, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará e à queima-roupa.