Esses são, na realidade, José (de paletó), e Rogério (vestido de noiva), que se casaram em Saloá, no Agreste pernambucano. Anatomicamente masculinos, simbolizados pela Espada de Apolo, nem parecem, preferindo aderir ao Espelho de Vênus. Apesar de fantasiado de homem, o ajudante de pedreiro José Ricardo Rocha não gosta daquilo que mulher carrega no vértice das coxas. Já o cabeleireiro Rogério Lino da Silva, vulgo Paloma, com cara de homem e apetrechos genitais masculinos, gostaria de ser mulher. Pelo menos, é o que se presume, haja vista haverem se casado, na pequena Saloá, como mostra o figurino, com direito a padre, bênçãos e recíprocos desejos. Nem a visita do governador Eduardo Campos arrastou tanta gente no lugarejo de 15 mil almas agrestinas. Mas, não era para menos, teve bolo de três andares, música ao vivo, 6 grades de cerveja, 12 litros de rum Montilla e 7 litros de conhaque Dreher. E para evitar enxerimento, três seguranças de prontidão. A comemoração deu-se no Centro de Convivência de Idosos, animado pela Banda Espora de Prata, com cerca de 300 convidados. Se tudo der certo e viverem em paz, o casal ainda se dará ao luxo de aconselhar heterossexuais e homofóbicos que inventam de se casar e vivem arengando.
Sosígenes Bittencourt
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