Monday, November 08, 2010

Fala, Vitória

65 anos do Colégio Municipal
Fui aluno do Colégio Municipal 3 de Agosto, na década de 60, sob a direção do bel. Mário Bezerra da Silva, quando o mesmo ministrava aula de Português e mandava no quarteirão. Tempo em que alunos formavam pelotão para cantar o Hino Nacional antes de entrar na sala de aula. Tempo de obediência e temor a Deus. Rezávamos a Ave Maria cheia de graças, para agradecer pelo pão nosso de cada dia. Tempo em que professor era professor e aluno era aluno. Menino não se metia a besta para não levar ‘olho de boi’ na prova ou ir de castigo atrás da porta. Dr. Mário andava entonado em paletó e gravata e sapatos impecavelmente engraxados. O povo se afastava nas calçadas para o circunspecto diretor desfilar. Tempo de humildade. A gente lanchava bolacha Creme Cracker com Soda Limonada, doce japonês com água de quartinha, chupava picolé de goiaba, e ninguém mangava de ninguém. Tempo de limites. Namorados beijavam só na boca, porque era proibido tirar os vestidos e dormir na casa dos outros. Todo aluno do Curso de Admissão sabia conjugar o verbo ‘amar’ no presente do indicativo. A professora de História parecia uma professora de História, e a de Matemática parecia uma professora de Matemática, porque ensinavam por inclinação e conheciam os assuntos. Aluno aprendia porque fazia silêncio e prestava atenção, nem que fosse na marra. O mundo era mais calmo. Ainda não havia a “Música Pra Pular Brasileira”. Ninguém imaginava um futuro tão estrambótico. Hoje, aluno manda professor para a genitora que o gerou, pita ‘cannabis sativa', porta arma de fogo e namora nu.
Mal-educado abraço!
Sosígenes Bittencourt

4 comments:

Unknown said...

É verdade, hoje em dia não se faz professores e alunos como antigamente.Não existe mais reipeito.

Sosígenes Bittencourt said...

Quando o professor é duro, o aluno se queixa de dor nas costas.
Quando o professor é mole, o aluno sacode os sapatos no pavilhão nacional.

Anonymous said...

Eh, não vivi esses tempos mas senti falta dele...

Abraço,
A Matraca

Sosígenes Bittencourt said...

Nos Estados Unidos, escola é lugar de trabalho.
No Brasil, escola é lugar de brincadeira.
Nos Estados Unidos, escola é para ensinar.
No Brasil, escola é para agradar.
Nos Estados Unidos, o professor é um superior.
No Brasil, o aluno é quem manda.