Tiro pela Culatra

É grande a reviravolta no caso da pernambucana supostamente torturada por grupo neonazista na Suíça. Para começar pelo fim, se ficar comprovado que Paula Ventura de Oliveira cometeu a desventura de mentir, pela Lei Suíça, pode pegar 3 anos de xadrez. O crime chama-se “indução de autoridade judiciária ao erro”. O pior é que Paula fez o mundo inteiro acreditar na sua denúncia e depois negou tudo, passando de vítima a autoflagelada. Até o presidente Lula engoliu a corda. O Jornal do Commercio já publicou editorial com o cabeçalho “Nós também erramos, sim”, confessando haver embarcado na comoção nacional e penitenciando-se perante a precisão suíça.
Segundo conclusões quase irrefutáveis, Paula nem estava grávida e se automutilou.
O que é indubitável em relação à bacharela de Direito é que a mesma (desculpem o refrão) sofre de lúpus, uma doença reumatológica que pode afetar o sistema nervoso. No caso de Paula, é preciso saber de que forma afeta. O Diario de Pernambuco andou escarafunchando sua vida entre ex-colegas de trabalho e obteve interessantíssimas revelações. Os interrogados contaram que Paula gostava de ter as atenções voltadas para ela. Por exemplo, já andou com um pano amarrado na cabeça sob a alegação de que estava ficando careca por causa de quimioterapia, receitada para sua doença. Segundo o reumatologista Fernando Cavalcanti, quimioterapia não faz parte de tratamento para paciente com lúpus. E para concluir, há indícios de que a farsa tenha sido arquitetada para ensacar uma indenização de 50 mil francos suíços (R$ 100 mil). Todavia, pelo andar da carruagem, ao invés de abiscoitar a grana, Paula vai ter que pagar multa alternativa para não ir em cana. Coitada, confundiu a Suíça com outro lugar. Não contava com o tiro pela culatra.
Sosígenes Bittencourt