MORTE DE JOSÉ AUGUSTO FERRER
Conheci José Augusto Ferrer na década de 70, quando fui morar na Rua Melo Verçosa. De lá sentíamos o aroma de algodão de açúcar que a fábrica de aguardente Pitú exalava da Rua Eurico Valois. Ele morava na pracinha Diogo de Braga, tratada em sua homenagem como “pracinha de José Augusto”. Nunca se mudou. Aparentemente de classe média, apagava a luz para não ser roubado pela Celpe. Com a permissão que me concederia, digo que José era um homem honesto e desbocado. Foi prefeito e nunca acendeu um fósforo com o dinheiro do povo. Porém, quando uma eleitora lhe pediu dinheiro para comprar o leite do menino, ele explicou que não fora convidado para fazer o menino. Odiava quando não lhe pagavam, porque pagava suas dívidas na véspera. No entanto, não perseguia seus credores, dava um esculacho e seguia em frente. Contam que, quando era prefeito, o cofre público regurgitava de dinheiro. Certa vez, disse-me que estava devendo 10 anos à morte, porque tinha hepatite tipo C e era diabético. No mais, me recordo da consideração que sempre me dispensou, devendo dizer que Vitória perdeu um financista, um homem que trabalhava e respeitava o dinheiro que ganhava. Essa era a fórmula para nunca viver aperreado nem ir à bancarrota como muitos de seus contemporâneos. Se agiu corretamente, agora é com Deus.
Até mais, José.
Sosígenes Bittencourt
4 comments:
Parei pra pensar nesse trecho: Porém, quando uma eleitora lhe pediu dinheiro para comprar o leite do menino, ele explicou que não fora convidado para fazer o menino. Em outras palavras: peça ao pai.
P.S: Infelizmente não sou dessa época; sou do tempo dos amarelos, vermelhos e da Egüinha Pocotó.
No livro editado por nosso amigo Pedro Humberto, consta o seguinte fato: como Prefeito do município, foi inaugurar os sanitários do Cibrazém. Sem saber como proceder diante das formalidades impostas ao cargo, abriu uma das portar do "mijador", fez a devida utilização do mesmo e proclamou: dou por inaugurado o dito cujo!!!
De manhãzinha, chegou bicado lá na frente de sua casa e gritou:
- Aracy, mulher de corno!
Aí, seu Mariano, um preto que tomava conta da pracinha, reclamou:
- Mas, seu Zé Augusto, dona Aracy é uma mulher tão decente. Faça isso não.
E José: - A mulher é minha e o corno sou eu. Você não tem nada a ver com isso.
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