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De que vale um laudo pericial de psicopatologia perante a
lei?
Adimar Jesus da Silva, condenado a 10 anos e 10 meses por
abuso sexual, perpetrado contra dois adolescentes em Águas Claras, cidade satélite do
Distrito Federal, só passou 4 aninhos engaiolado. No dia
23 de dezembro do ano passado, o animal foi solto na buraqueira, porque um laudo pericial recente
contradizia o laudo pericial do Instituto Criminológico de Brasília. No primeiro laudo, Adimar não passava de um doido varrido, dando sinais de
sadismo, prazer sexual com a dor alheia, sensação com a agonia humana. As provas eram cabais de
transtorno psicopatológico, tudo descrito tintim por tintim pelos profissionais do comportamento. Já o segundo laudo, que arrimou a
progressão da pena, desconsiderava o primeiro e via em Adimar Jesus um anjo de luz. Por causa dessa
lenga-lenga, o cidadão matou o primeiro menino, de 13 anos, uma semana depois. A promotora pública
Maria José Miranda Pereira ficou tão desconfiada que, no dia
14 de janeiro, mandou rastrear as passadas do bicho do mato. Ela conhecia o
primeiro laudo que descrevia a doidice de Adimar. Um oficial de justiça chegou a encontrar Adimar em casa, comportadinho, no bairro Estrela D’Álva, em
Luziânia, tudo parecendo estar na paz do Senhor. Contudo, ensandecido e sanguinário, Adimar já havia matado
4 garotos. Depois, nenhum padre nosso por penitência, o monstro trucidou mais 2 vítimas. Quanta incompetência e falta de zelo pela vida humana. Desacordo entre laudos, decisão confusa, lei caduca e população aérea. Consequência:
6 meninos sexualmente abusados e impiedosamente assassinados, famílias de mão no queixo, escarnecidas.
A revolta é tão grande que a população lamenta o
suposto suicídio do monstro, encontrado pendurado pelo pescoço. Outrossim, teme que haja sido assassinado para encombrirem possíveis
cúmplices. Segundo primeiras investigações,
Adimar fez uma corda artesanal e se enforcou na cela. Exames serão feitos para dar uma satisfação à sociedade. Vão periciar, escavacar as vísceras do truculento assassino, para saber se morreu
envenenado por outrem ou consumido pelo
próprio veneno.
Sosígenes Bittencourt
2 comments:
Sosígenes vivemos letárgicos diante de atitudes que devem ser tomadas
Imagine se a mídia não divulga o "serial killer" e as genitoras das vítimas não têm ido a Brasília, para fazer funcionar o que deveria, mas não quer funcionar.
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