Wednesday, January 19, 2011

Caramelo e Cristina

Este é Caramelo, ao lado da sepultura de Cristina Maria Cesário Santana, morta em decorrência da catástrofe que desabou sobre Teresópolis. Teresópolis era um paraíso, erguido na orla de um abismo. Tanto quanto Caramelo, Cristina não sabia do futuro. Caramelo morava com 4 pessoas numa casa e ajudou os membros da ONG Estimação a resgatar os corpos, fuçando os mortos. Seu nome deve associar-se à doçura de relacionamento que mantinha com Cristina. Dizer-se que Caramelo amarga uma saudade, talvez fosse abusar do sentido figurado, da metáfora. Mas, não se pode negar alguma relação entre o falecimento de Cristina e o comportamento do bicho. Confuso, Caramelo salta sobre o colo de todo animal racional que dele se aproxima. Não sabe que ninguém é, para ele, como fora Cristina. Ninguém é Cristina. Sequer os humanos e estimados zoófilos da ONG Estimação. Caramelo não sabe que um dia irá morrer, nem sabe que Cristina está morta, por isso espera.
Como é doce o gesto de Caramelo, perante o amargo destino de Cristina.
Instintivo abraço!
Sosígenes Bittencourt

4 comments:

Anonymous said...

O amor, a fidelidade e o carinho dos animais, são virtudes que nem todo ser humano consegue realizar para com seu semelhante. Tem uma frase sua que eu acho sensacional, é sem dúvida, uma refinada observação do comportamento dos homens e dos animais. Eis ela: "Na feira de cavalo, os animais tinham mais jeito de gente do que os homens". Também somos animais, dotados de inteligência e com consciência plena de si mesmo. E com isso, temos um grande defeito, nos achamos superiores a todas as coisas. Não são todos, mas a grande maioria. Os animais também ensinam, aprendemos com eles. Caramelado abraço.

Sosígenes Bittencourt said...

Este é um comentário digno de respeito. Sinal de que o leitor tem a inteligência trabalhada. Não lê soletrando, mas compreendendo. Visualiza o que lê.
Fico imaginando o que os cavalos diriam se falassem, quando observam os homens na Feira de Cavalos.
Aqui em casa, tem um Poodle que só não fala porque não foi pra escola.
Zoo(lógico) abraço!

Dia a Dia de Marília said...

Meu amigo, mostrei sua postagem a meu marido. Ele me contou uma história sobre um conhecido e sua animal de estimação. Essa estória aconteceu no Município de Escada.
Pombinha era uma cadela de estimação de Liberato. Ele e meu maido saiam sempre para caçar. Ela era uma cadela de caça.
Quando liberato saia de casa e algo caia do seu bolso, Pombinha deitava-se ao lado do objeto e não saia. Ao sentir falta, Liberato volta pelo caminho que fez para ver se encontra o que perdeu. Ele encontrava o objeto e Pombinha tomando conta.
Uma vez ele saiu para caçar e levou pombinha. Quando ele retornava para casa, a camisa dele caiu no caminho. Ele vinha conversando e não sentiu que a camisa caiu. Ao chegar em casa, ele sentiu falta de Pombinha, mas pensou que ela estava próxima de casa.
Passaram-se dois dias e nada de Pombinha, então ele resolveu procurar por ela. Fez o caminho de volta a caça. Encontrou Pombinha deitada ao lado da camisa dele, com fome e sede, mas não deixou a camisa do dono sozinha. Ela sabia que viriam buscar.
Pombinha morreu atropelada na BR 101.
Abraços

Sosígenes Bittencourt said...

Marilia, você mais do que merece estar entre as estrelas da Constelação deste blog. Comprove!
Graças, Marilia Bela!
Graças por sua estrela!