Serra sem árvore é ladeira. Ladeira, pra água que cai do céu, é escorredeira. O homem arranca as árvores das serras e constrói nas encostas. Quando as trombas d’água caem, escorrem pelas áreas desmatadas, como se descessem por uma ladeira e se empoçam nas cidades. De cima vem o dilúvio de lama, arrastando tudo pelo caminho, para encher o gigantesco tanque, que é a cidade pavimentada. Ninguém dá ouvido a nenhum geólogo. Ricos erguem mansões, pobres montam barracos, sem serem incomodados. Prevalece a velha e descomplicada explicação: Quem mandou fazer isso? Ignora-se, por conveniência, que ninguém proibiu. Quem é culpado? Ora, quem construiu.
Ana Maria Braga aparece na televisão e dá uma explicação didaticamente simples acerca do que acontece. Mostra que o palco do seu programa é debaixo de uma serra, mas sem perigo. Lá de cima, nada irá desabar, porque a mata nativa está preservada. Claro, as árvores estão fincadas profundamente no chão, segurando o solo, abrindo sulcos na terra, que bebem a água que vem do céu.
A maioria dos jornais põe a culpa nos moradores, nas populações anfíbias, nos que escalam montanhas, porque não têm para onde ir. E tudo permanece do mesmo jeito, promovendo tragédias prenunciadas. As causas são multifatoriais. Desinformação, descaso, falta de respeito pela vida humana, por parte de quem vive e por parte de quem morre.
Diluviano abraço!
Sosígenes Bittencourt
Ana Maria Braga aparece na televisão e dá uma explicação didaticamente simples acerca do que acontece. Mostra que o palco do seu programa é debaixo de uma serra, mas sem perigo. Lá de cima, nada irá desabar, porque a mata nativa está preservada. Claro, as árvores estão fincadas profundamente no chão, segurando o solo, abrindo sulcos na terra, que bebem a água que vem do céu.
A maioria dos jornais põe a culpa nos moradores, nas populações anfíbias, nos que escalam montanhas, porque não têm para onde ir. E tudo permanece do mesmo jeito, promovendo tragédias prenunciadas. As causas são multifatoriais. Desinformação, descaso, falta de respeito pela vida humana, por parte de quem vive e por parte de quem morre.
Diluviano abraço!
Sosígenes Bittencourt
5 comments:
Já pensou se houvesse um verdadeiro projeto habitacional? Boa parte dessa tragédia poderia ser evitada. Paliativos podem até amenizar, mas não resolverão o problema. No Brasil não há terremoto nem furacão, porém vamos considerar que as chuvas também são uma das forças da natureza. É preciso o Brasil parar com essa mania paliativa e planejar algo concreto quanto a isso. Esperançoso abraço.
Com certeza. O povo pode até não ter para onde ir, pode até desconhecer os perigos das áreas de risco, mas paga impostos e elege representantes, e estes não podem ficar inertes diante desses eventos nem ignorar as causas das catástrofes.
Preventivo abraço!
PARA REFLETIR - OPINIÃO
DESTAQUES DESTA SEMANA
Um contrato milionário com Ronaldinho Gaúcho foi fechado nesta semana. O Flamengo vai desembolsar rios de dinheiro para ter o craque em seu elenco. Se com o Coríntias funcionou quando ele trouxe Ronaldo Fenômeno, para o Flamengo não será diferente. Uma grande jogada de marketing, sem dúvida, visando lotar os estádios, conquistar títulos e explorar a imagem do jogador para engordar as contas do clube.
Nesta semana também começou o BBB 11. É como uma novela sem roteiro pré-definido, que pretende prender a atenção e tirar o sono de quem não tem coisa melhor para fazer ou para assistir na TV. Pura alienação. A que ponto chegou a nossa TV aberta, repleta de realities shows que nada acrescentam. Que só colocam caraminholas nas cabeças de quem assiste. Existem melhores afazeres para passar o tempo: ler jornais, revistas, livros; fazer uma tarefa doméstica; brincar com os filhos; jogar cartas, damas, xadrez, dominó; até mesmo conversar com algum vizinho ou amigo; estudar; ou simplesmente dormir. Qualquer coisa é muito mais produtiva.
Mas o destaque maior nas manchetes foi a tragédia no Rio de Janeiro provocada pelas chuvas. Outros estados como São Paulo e Minas também foram atingidos, mas a região serrana do Rio foi a mais afetada. As imagens de tão grande destruição chocam e são capazes de amolecer qualquer coração diante da abordagem dramáticas dos telejornais.
Centenas de mortos, localidades ilhadas tomadas por um mar de lama... Falta água, comida, energia, abrigo e esperança. Mas não falta solidariedade por parte da população. Logo surgem voluntários, doações, campanhas. Os Governos Estaduais e Federais fazem a sua parte na liberação de recursos, na mobilização de profissionais, tentando fazer o possível para amenizar o irremediável.
Por isso, grandes catástrofes como esta que está acontecendo no Rio de Janeiro, e como outras que já vimos tão próximas a nós aqui no Nordeste, devem nos levar a refletir.
Quanto dinheiro jogado fora com tanta coisa desnecessária e fútil!
Quais são as nossas prioridades?
O que é mais importante nesta vida?
O que podemos fazer para dar a nossa parcela de contribuição para os menos favorecidos e para aqueles que sofrem?
Cada um deve buscar a sua resposta.
Ou talvez a melhor opção mesmo fosse sentar diante da TV, “endeusar” jogadores de futebol e esquecer a realidade a nossa volta.
Você decide.
Rosângela Martins
PARA REFLETIR - OPINIÃO
DESTAQUES DESTA SEMANA
Um contrato milionário com Ronaldinho Gaúcho foi fechado nesta semana. O Flamengo vai desembolsar rios de dinheiro para ter o craque em seu elenco. Se com o Coríntias funcionou quando ele trouxe Ronaldo Fenômeno, para o Flamengo não será diferente. Uma grande jogada de marketing, sem dúvida, visando lotar os estádios, conquistar títulos e explorar a imagem do jogador para engordar as contas do clube.
Nesta semana também começou o BBB 11. É como uma novela sem roteiro pré-definido, que pretende prender a atenção e tirar o sono de quem não tem coisa melhor para fazer ou para assistir na TV. Pura alienação. A que ponto chegou a nossa TV aberta, repleta de realities shows que nada acrescentam. Que só colocam caraminholas nas cabeças de quem assiste. Existem melhores afazeres para passar o tempo: ler jornais, revistas, livros; fazer uma tarefa doméstica; brincar com os filhos; jogar cartas, damas, xadrez, dominó; até mesmo conversar com algum vizinho ou amigo; estudar; ou simplesmente dormir. Qualquer coisa é muito mais produtiva.
Mas o destaque maior nas manchetes foi a tragédia no Rio de Janeiro provocada pelas chuvas. Outros estados como São Paulo e Minas também foram atingidos, mas a região serrana do Rio foi a mais afetada. As imagens de tão grande destruição chocam e são capazes de amolecer qualquer coração diante da abordagem dramáticas dos telejornais.
Centenas de mortos, localidades ilhadas tomadas por um mar de lama... Falta água, comida, energia, abrigo e esperança. Mas não falta solidariedade por parte da população. Logo surgem voluntários, doações, campanhas. Os Governos Estaduais e Federais fazem a sua parte na liberação de recursos, na mobilização de profissionais, tentando fazer o possível para amenizar o irremediável.
Por isso, grandes catástrofes como esta que está acontecendo no Rio de Janeiro, e como outras que já vimos tão próximas a nós aqui no Nordeste, devem nos levar a refletir.
Quanto dinheiro jogado fora com tanta coisa desnecessária e fútil!
Quais são as nossas prioridades?
O que é mais importante nesta vida?
O que podemos fazer para dar a nossa parcela de contribuição para os menos favorecidos e para aqueles que sofrem?
Cada um deve buscar a sua resposta.
Ou talvez a melhor opção mesmo fosse sentar diante da TV, “endeusar” jogadores de futebol e esquecer a realidade a nossa volta.
Você decide.
Rosângela Martins
Com certeza. Onde estão os geólogos? Algum governo os contratou para ouvi-los? Por que concedem espaços perigosos para a população construir suas próprias armadilhas? Os políticos querem ser agradáveis, à cata de votos, e terminam prejudicando os despreparados. Essa catástrofe pode ser um aviso, um castigo para quem vota em quem faz bolinha com o dinheiro público. O que o Futebol e o Carnaval irão fazer pelos flagelados?
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