Thursday, March 10, 2011

Da ressaca


A ressaca parece ser um dos sinônimos clínicos do Carnaval. Isso porque a maioria dos foliões só se sente à vontade para liberar os seus fantasmas interiores, embebendo a caveira em cachaça. É o que se poderia chamar de autoindulgência ou catarse suicida. Dizem que deglutir ovo cru, tomar chá açucarado ou encher a barriga de água são recursos eficazes no tratamento da ressaca. Mas, tudo não passa de mero paliativo. O fígado que o diga, mais sobrecarregado do que Hércules perante os colossais enfrentamentos.
Logo ao receber o álcool, o fígado o transforma em acetaldeído, uma substância venenosa, acusada de engendrar a macabra indisposição alcoólica. Se a bebida for escura, tipo vinho tinto ou conhaque, o cão chama-se metanol. A sensação, às vezes, é de ter engolido um paralelepípedo, o que a ciência médica chama de peso epigástrico.
O ovo cru é considerado um eficiente gari na remoção do lixo tóxico porque contém cisteína, um aminoácido sanitário que contém glutationa. Se a glutationa se esgota, os radicais de oxigênio livres desencadeiam a deterioração dos tecidos.
A água favorece o reabastecimento hídrico do organismo, pois o álcool suga os fluidos corporais, fazendo o rim saarizado beber a água da urina, e o cérebro ficar seco.
O chá açucarado repõe o estoque de açúcar que o álcool roubou do armazém hepático. A Medicina chama esta ocorrência de hipoglicemia, uma penúria que afraca a vítima, deixando-a tonta e bamba. Enfim, o ideal seria não beber e fazer exercício físico no remelexo do ritmo. Sobretudo, evitar a embriaguez, que faz o corpo periclitar na avenida.
Clínico abraço!
Sosígenes Bittencourt

4 comments:

vitor frankal said...

Alceu Valença agiu corretamente. O “show” dele foi bancado com o dinheiro do erário. Convenhamos que, em uma apresentação de uma hora, passar de 20 a 30 minutos parado é ganhar sem trabalhar, é sinecura. Sinecura que um tal de Luciano Pedrosa defendeu, dizendo que Alceu é que esperasse o trio pois já havia embolsado o dinheiro para fazer a apresentação. E um homem desse quer ser a régua do mundo na moralidade. O que ele pregou ali, foi o assalto às coisas públicas. Vai ver é saudade da boquinha da prefeitura.
Mais. A macacada que o Pierre faz é privatizada; logo, por princípio, vem primeiro a coisa pública. No mais, Alceu Valença veio cumprir um a agenda, um compromisso. Caso ele atrasasse seria tido como irresponsável, pavão. Estão culpando o artista por fazer o que é correto. Quem invadiu o espaço foi o trio.
A Pitú é uma empresa respeitável, tem feito um enorme bem para a cidade, mas alguns de seus “representantes” não estão à altura da empresa. É muita prepotência. O interesse do povo não pode ser subjugado por meros interesses privados, e diga-se de mau gosto.
Como Alceu Valença não é dessas paragens, desperdiçou muitas letrinhas com o Pierre. Bastava dizer-lhe com o dedo em riste: és uma farsa. Não se explica racionalmente como seres humanos adulto, a maioria alfabetizada, muitos mesmo diplomados, vão qual bando de retardados atrás de um “cantor” sem potência vocal, que nada canta. Reparem. Ele não canta uma música por inteiro, não consegue. É um cantor anacoluto.
Incrível mesmo é chamarem o tal de “uma tradição de Vitória”. Quê? Estes que dizem isto, desafio me definirem o que é ou não tradição. O locutor do Canal 38, opa desculpe, 58, o Luciano
Pedrosa, disse: “entre Alceu e Pierre, eu sou mais Pierre, que é de Vitória”. Quer dizer que qualidade se pauta agora por quesitos chauvinistas. No entender deste William Bonner, entre Claudia Schiffer e Maria Pizunha, vitoriense, nenhuma chance para a beldade alemã. Paciência.

Sosígenes Bittencourt said...

Também acho que Vitória tem recebido mal seus visitantes. São artistas de gabarito nacional, pagos para se apresentar na cidade perante o público, e muito mal recepcionados. Afinal, nós somos anfitriões, temos a obrigação de tratar nossas visitas com educação. Como fazemos em casa. Estamos batendo a porta do município na cara dos artistas. Depois, é preciso determinar regras para compatibilizar os carnavais que temos em nosso Carnaval, a fim de atender todos os gostos, sem a batalha campal que íamos protagonizando.
Decepcionante abraço!

Anonymous said...

Um povo não pode ser usado como massa de manobra por alguma(s) elite(s) ou grupo(s) político(s). Caso isso aconteça, o povo corre um grande risco de ser iludido e negado a saber da verdade. Em consequência disto, pode ocorrer uma inversão de valores. - Aqui fica uma sugestão para a criação de um novo bloco carnavalesco com o seguinte nome: ACORDA, POVO. Sugestivo abraço.

Sosígenes Bittencourt said...

No bairro do Cajá, tem o ACORDA, CORNO.
Aliás, nossos políticos não têm educação, se maltratam, como se fossem meninos criados em zona. O reflexo é negativo, a população os imita. Os bajuladores arengam por eles, como se fossem gladiadores romanos. É o inverso da Democracia, é o governo do Governo.
Demagógico abraço!