Primeiro, tem um detalhe. Quem pode morar em margem de rio é índio, porque nem pipi faz em suas águas, com medo dos deuses. É um politeísmo mais consciente e ambientalista do que nosso cristianismo. Fazer piquenique político, roda de oração em torno do Rio Tapacurá não fará nenhum efeito fitossanitário. É tudo onda. A população sebosa que margeia o rio tem de ser retirada e domiciliada noutro lugar. Depois, tem-se que impedir novo repovoamento. Não adianta drenar o rio, revitalizá-lo, polvilhá-lo de alevinos, se tiver maltrapilho tibungando em seu leito ou se acocorando a sua volta. Se a macacada respeitasse o rio, poderia tomar água de canudinho. Pelo contrário, quando estoura uma catadupa do céu, lá vem de penico furado a colchão velho e todos os bichos de uma imunda arca sem Noé.
Sosígenes Bittencourt
2 comments:
Vc é uma boa "fonte" de Sabedoria.
Enchentes são o resultado da transformação dos rios em penico das populações ribeirinhas. Passeatas e orações não resolvem a questão da poluição fluvial e da impermeabilização do seu leito. O povo parece não entender que poluir o meio ambiente é uma forma de lambuzar-se.
Grande abraço!
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