BOTANDO PRA SE LEMBRAR
Todo Carnaval, boto pra me lembrar de gente que desapareceu daqui, por morte, ou sumiço, e era a cara da cidade. Por exemplo, quem pode ver a saída do Bloco ETsão, sem se lembrar de Dezinho Sapateiro? E quando me lembro de Dezinho, vem logo a figura de Zé Oião, casado com Socorro, o maior jogador de Sinuca da cidade, que morreu dançando no Clube Abanadores O Leão. Lembro-me de Mizura, fantasiado de bebê, de calua, de marinheiro; Geraldo Lima, corado e vociferante na calçada da PITÚ Lanches; Tonho Tripa, carregando uma récua de bêbados numa fubica; Manoelzinho de Horácio, caneiro velho. O médico que lhe tirou o baço e deu-lhe um ano de vida faleceu, e Mané viveu para lá dos setent’anos. Quem não se lembra do afrescalhadíssimo Brigitte? Uma vez, por excesso de galinhagem, tomou uma surra do irmão que ficou com um defeito no focinho. Lucinha Freire, Ladjane Duarte, Dinha e Bete Ferraz - eu era louco por essas meninas - Rubenite, Doraci Barbosa, toda mimosa na calçada do Banco; Maria Betânia, saudabilíssima, parecia uma propaganda de tonificante; Graça Arruda, de pernas adjetivas e cabelão; principalmente Buga, de Luiz Cassanique, baixinha e gordinha, parecia uma almofada, a minissaia inaugural do Colégio Municipal. Êita mundo velho sem porteira! E quem se lembrar de mais gente, pode telefonar, que eu aqui vou atrás do bloco de quem ficou, porque a festa não tem hora pra acabar.
Carnavalesco abraço!
Sosígenes Bittencourt
Todo Carnaval, boto pra me lembrar de gente que desapareceu daqui, por morte, ou sumiço, e era a cara da cidade. Por exemplo, quem pode ver a saída do Bloco ETsão, sem se lembrar de Dezinho Sapateiro? E quando me lembro de Dezinho, vem logo a figura de Zé Oião, casado com Socorro, o maior jogador de Sinuca da cidade, que morreu dançando no Clube Abanadores O Leão. Lembro-me de Mizura, fantasiado de bebê, de calua, de marinheiro; Geraldo Lima, corado e vociferante na calçada da PITÚ Lanches; Tonho Tripa, carregando uma récua de bêbados numa fubica; Manoelzinho de Horácio, caneiro velho. O médico que lhe tirou o baço e deu-lhe um ano de vida faleceu, e Mané viveu para lá dos setent’anos. Quem não se lembra do afrescalhadíssimo Brigitte? Uma vez, por excesso de galinhagem, tomou uma surra do irmão que ficou com um defeito no focinho. Lucinha Freire, Ladjane Duarte, Dinha e Bete Ferraz - eu era louco por essas meninas - Rubenite, Doraci Barbosa, toda mimosa na calçada do Banco; Maria Betânia, saudabilíssima, parecia uma propaganda de tonificante; Graça Arruda, de pernas adjetivas e cabelão; principalmente Buga, de Luiz Cassanique, baixinha e gordinha, parecia uma almofada, a minissaia inaugural do Colégio Municipal. Êita mundo velho sem porteira! E quem se lembrar de mais gente, pode telefonar, que eu aqui vou atrás do bloco de quem ficou, porque a festa não tem hora pra acabar.
Carnavalesco abraço!
Sosígenes Bittencourt
4 comments:
Foliões que se foram: Genaro da farmácia e seu balaio de pão; Macedo do banco fantasiado de diabo; Antonio Lino, Alcides, Nino e João Caetano no Taboquinhas: Antonio Marinheiro, Zé Palito, Roberto Nunes e Fernando Tampinha na Girafa; Adroaldo e Valter Lemos no Leão; Pepeu no Urso Branco; Tonho de Débora portando o estandarte e mandando na portaria do Camelo.etc., etc., etc.,
Coincidentemente, encontrei com Tonho Tripa e lhe pedi uma foto do seu histórico carro EMOÇÕES.
Mas, você aqui foi brilhante, me lembro de toda essa récua de insanáveis carnavalescos.
Momesco abraço!
Esse ano vou sair no bloco de José Simão, vou brincar no bloco da ansiedade. Um abraço.
Excelente opção. A Saudade é a memória do coração, como dizia o poeta Coelho Neto, mas a ansiedade é a expectativa de tocar aquilo que se deseja. A ansiedade é uma saudade que tem esperança.
Ansioso abraço!
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