Fechem as portas. A polícia está em greve, e os ladrões
estão livres da chateação das blitzkriegs.
O toque de recolher não é dado pelos bandidos, que
odeiam portas fechadas. O toque de recolher é dado pelo desarmamento. O que
fará você, desarmado, de portas escancaradas, com os assaltantes no comando?
Os saqueadores não estão a favor nem contra ninguém,
eles estão querendo roubar e se aproveitando da insatisfação salarial da
categoria que julga estar recebendo incompatível com o risco de vida da
atividade exercida. Em geral, grevista tem razão. Portanto, a prudência é
recolher-se a sua insignificância.
Sosígenes Bittencourt
3 comments:
Disseram que foi fofoca. Uma fofoca dessa, no Japão, o fofoqueiro iria preso. No Brasil, é a cara da verdade. Não precisa fofoca para o brasileiro estar se mijando de medo. Um dia, três maloqueiros apontaram um revólver para o meu cérebro, e ordenaram: - Se se mexer, eu atiro.
Aí, eu, com toda inspiração que me é peculiar: - Como é que eu posso tirar minha carteira, sem me mexer?
Aí, os bandidos: Bora! Bora! Bora!
Aí, eu: Isto é um assalto?
Aí, os bandidos: É! Bora!
Os bandidos têm o poder das armas. Que poder terá um cidadão repoltreado numa BMW diante de um maloqueiro com um três-oitão apontando para sua cabeça? O plebiscito foi uma bela jogada, o povo, agora, só pode exigir que desarmem os desalmados.
Contudo, o foco é a violência. Importante seria investigar o que arma os cérebros de tanta gente. Porque, aqui, se mata de paulada, peixeirada, pedrada, o diabo a quatro.
E agora tem a novidade asfixiante de assassinar o condenado, sufocando-o em saco de lixo biodegradável. Às vezes, o conduzem, bem arrumadinho, em mala de viagem. Depois, botam pra boiar no leito do rio. Digo, na lama do rio.
Vivemos uma guerra intestina. Ninguém está trocando bala com nenhum vizinho continental, mas brincando de matar no próprio quintal.
Desarmamento só faria efeito se fosse pra todo mundo. Não adianta, se não se desarma o imundo. Qual o resultado do Desarmamento? O Brasil remete 50 mil defuntos, por ano, para a terra dos pés juntos, entrançados em arranca-rabo, assalto, bala encontrada, bala perdida e outras manobras assassinas. Oxalá, estejamos com medo até da própria réstia.
Desarmado abraço!
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