Saturday, September 13, 2008

Quando a dose é que faz o veneno


Nosso organismo foi projetado para enfrentar a adversidade - e precisa dela para prosperar.
Esse conceito de que algum desafio ao organismo é melhor do que nenhum desafio, desde 1943 tem o nome de hormese (do grego hormao, ou excitar), e há pelo menos uma década é objeto de estudos sistemáticos de alguns pesquisadores. Ao deparar com um nível , digamos, gerenciável de stress, o organismo batalha para compensá-lo. E, por precaução, termina por supercompensá-lo.
Às vezes, um pouquinho daquilo que nos faz mal pode nos fazer bem.
RADIAÇÃO
MAL. Episódios como o das bombas de Hiroshima e Nagasaki e o acidente no reator de Chernobyl já demonstraram, na prática, o efeito devastador - e muito duradouro - que a radiação pode ter sobre a vida.
BEM. Os sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki expostos a níveis baixos de radiação viveram mais, e tiveram menos câncer, do que os grupos de controle - aqueles com zero de exposição. Da mesma forma, estudos conduzidos nos Estados Unidos, no Canadá e na Inglaterra com funcionários de usinas nucleares mostram que, entre eles, a incidência de câncer é menor que a média nacional.
ÁLCOOL
MAL. O abuso de álcool está claramente associado ao risco aumentado de doença cardíaca e males do fígado.
BEM. Em doses moderadas, ele ajuda a proteger contra doenças cardiovasculares. Mais: estudos recentes sugerem que qualquer tipo de bebida alcoólica, e não só o vinho tinto, traz esse tipo de benefício.
RESTRIÇÃO CALÓRICA
MAL. Osteoporose, desnutrição, depressão, envelhecimento precoce: todo o organismo sente os efeitos negativos da fome exagerada.
BEM. Deixar a mesa com um pouquinho de fome - ou seja, praticar a redução branda no consumo calórico - é, até hoje, a única receita comprovadamente capaz de prolongar a vida e retardar o surgimento de doenças ligadas à idade.
VEJA - O stress que faz bem - 19/05/2004

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