Sport 1 x 0 Internacional

Chamo-me rubro-negro embrionário, porque sou torcedor do Sport Club do Recife desde que minha avó paterna tomava banho e trocava de roupa para ouvir o jogo do Sport pelo rádio. Ganhar do Internacional aqui em Recife, nos resgata da Síndrome de 1987, quando nos acusaram de não ter time para enfrentar o Internacional em nossos domínios, sem terem vindo à toca do Leão. Por isso, toda vez que perdem dentro da Ilha, estufamos o peito diante de sua cara mexendo. João Havelange, homem de compleição moral integérrima, mandou rasgar todos os álbuns que elegiam o Flamengo campeão naquele ano. E ainda há torcedor pernambucano, avesso ao Sport, que quer solapar nossa conquista. E quem pensava que sem Carlinhos Bala o Sport não atirava, presenciou inesperado disparo. Esse gol de Dutra, numa tabelinha em que passa como uma bala e desloca o goleiro, valeu por uma goleada, porque deu uma enxurrada de bons hormônios na torcida, endorfina, serotonina, norepinefrina e outras benesses endocrinológicas na hidráulica sangüínea.
Sosígenes Bittencourt