Wilfred Gadelha
Cangaço: palavra tipicamente nordestina, com origem do termo “canga”, utensílio de madeira usado em animais de carga e montaria. À semelhança dos burros e cavalos, o bandido do Sertão também era arreado, carregando armas, bornais e pertences do dia-a-dia.
Virgolino Ferreira da Silva não foi o primeiro cangaceiro, mas foi o mais importante.
No fim do século 19, surge o maior cangaceiro pré-Lampião: Manoel Baptista de Moraes, alcunha Antônio Silvino. Pernambucano de Afogados da Ingazeira, foi preso pelo alferes Theophanes Torres. Cumpriu pena na Casa de Detenção do Recife até 1937. Morreu em 1944.
Lampião estréia no cangaço sob as hostes de Sinhô Pereira, herdeiro de família importante de Vila Bela, hoje Serra Talhada (PE).
Fala-se de uma fase protocangaceira de Virgolino. É quando seu pai é executado, em 1920, pela polícia, em água Branca (AL). “José Ferreira morreu pelo fato de o filho ser cangaceiro. O pai era inocente. Não havia motivo para tê-lo matado.”
Quando, em 1922, Sinhô Pereira deixa a chefia do bando, Lampião assume, aos 24 anos. Suas venturas e desventuras duraram mais 16 anos. Sua fama continua viva sete décadas depois.
Lampião, Maria Bonita e outros nove cangaceiros morrem, na Grota de Angicos (SE), atacados pela volante de João Bezerra.
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2 comments:
Também já ouvi dizer que José Gomes, mais conhecido como o Cabeleira, nascido na cidade de Glória do Goitá, influenciou a figura de Lampião.
O Cabeleira é retratado num romance regionalista nordestino, escrito no século XIX, pelo cearense Franklin Távora. José Gomes dos Santos semeou o pânico no Sertão e Zona da Mata de Pernambuco. Mas existiram também, antes de Lampião, o baiano Lucas da Feira, enforcado em 1848, e Jesuíno Brilhante, fazendeiro que virou bandido em 1877, assassinado pela polícia da Paraíba.
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