Escavação de poços por causa da Compesa
I
Estão danado escavando poços em Vitória por causa das contas d'água da Compesa. Na Bela Vista, já tem moradora dizendo que o bairro está parecendo uma tábua de pirulito. Espera-se, apenas, que desses pocinhos não advenha o afundamento da rua. Em Vitória, vive-se de imitar, é o popular "Maria vai com as outras". Sente-se no meio-fio, frite uns pasteis pra vender e veja o que acontece. Daqui a pouco, alguém vai ter de invocar a Cidadania, requerendo o cumprimento da Lei das Contravenções Penais. Ninguém pode virar tatu, da noite pro dia, munir-se de escafandro, nadadeiras, e sair escavacando por aí. Frise-se, entretanto, no caso em tela, que a maioria dos usuários não aguenta pagar essas contas estapafúrdias à Compesa. Lembra-me o caso do cidadão que fugiu para a praia com a família e, ao chegar, encontrou uma conta diluviana debaixo da porta. Coube-me ironizar: E o senhor quer passar trinta dias com o ocenao a sua disposição e não pagar uma gota d'água? Cavernoso abraço!
II
A água é um bem natural, monopólio da humanidade, tem de ser administrada por órgão público e fiscalizada pelo usuário. Será que estou falando grego, filosofando? Mercantilizar a água, transferi-la para empresas particulares, privatizá-la é crime contra a economia popular, além de excludente para os bolsões de baixa renda. Ou eu estou enganado? O Estado não pode ser incompetente para administrar esse monopólio natural. É por isso que, na Cochabamba, em 2000, a população do vale misturou-se à da cidade, deflagrando a Guerra da Água, para "DESPRIVATIZAR" o seu serviço. Foi um quiproquó da gota. Não houve exército que contivesse os manifestantes. Não quero, obviamente, insuflar rebelião, mas não conheço aparato policial ou militar que possa com o povo. Quantitativamente, o povo reunido e de mãos dadas pode desmoralizar qualquer poderio fardado no cascudo, na tapa no focinho. Essa exploração de contas de ENERGIA e ÁGUA já me provocaram duas reflexões no meu livro inédito de frases:
1) Tomou um choque, agarrado na conta da luz.
2) Deus deu ao homem a água, e o homem deu ao homem a conta d'água.
Enérgico e aquoso abraço!
Sosígenes Bittencourt
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